terça-feira, 15 de janeiro de 2019

O Brasil no Mundo


Como uma das dez maiores economias do planeta, não podemos ficar de fora do jogo internacional. Portanto, é hora de reinserirmos o Brasil no mundo. 
O mundo, de certa forma, olha para nós e espera que tenhamos posições internacionais de destaque, como em papéis positivos na evolução da economia global, do comércio internacional, e das questões relacionadas ao protecionismo exacerbado.
Para isso, será necessário atentarmos aos princípios legais, contidos, em nossa Constituição, precisamente, em seu artigo 4, onde diz que a República Federativa do Brasil, nas suas relações internacionais, rege-se pelos princípios da independência nacional; da prevalência dos direitos humanos; da autodeterminação dos povos; da não-intervenção; da igualdade entre os Estados; da defesa da paz; da solução pacífica dos conflitos; do repúdio ao terrorismo e ao racismo; da cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, e da concessão de asilo político.
Com a chegada do novo governo, tem-se a impressão de que prevalecerá orientações de alguns setores das Forças Armadas para elaboração estratégica da inserção internacional do Brasil, certamente, com formulação de uma política externa proativa.
As forças armadas, têm conhecimento nessa direção como na preservação dos interesses nacionais, na condução das questões de estado, nos temas de defesa, na projeção do país sem uso da força.
Nesse jogo internacional, existem os interesses nacionais, os interesses internacionais e as nossas prioridades como nação. E, dentre as prioridades, nos cabe capacitarmos tecnologicamente para enfrentar os desafios da defesa nacional e das questões de segurança e da tecnologia nacional.
Quando se argumenta o lugar do Brasil no mundo, isso não é algo abstrato. Dentro deste contexto, temos que discutir a nossa posição levando em conta os desafios que nos apresenta, tanto no campo interno quanto no campo externo.
Os desafios internos, se encontram na estabilidade da economia, na redução dos gastos públicos, nas reformas tributária, na reforma da previdência, na reforma do estado, na desburocratização, sem o que não vamos avançar em outras agendas. E, do ponto de vista externo, tudo o que está acontecendo no mundo como o protecionismo americano, a nova geopolítica, a emergência da China como país hegemônico, etc.
Por aqui, falhamos, pela não formulação de um planejamento estratégico para o país. Infelizmente, não pensamos o país estrategicamente!
Desse modo, nossa condição atual é de isolamento nas negociações comerciais do mundo.
Nos últimos quatorze anos, o mundo negociou mais de 250 acordos de livre comércio, enquanto o Brasil negociou apenas três. Com a autoridade Palestina, com Israel e com o Egito. Ou seja, quase nada! Some-se a isso, o fato de estarmos atrasados em nível de inovação e tecnologia, com o restante do mundo.
Pesquisas, da CNI, e da FIESP, apontam que somente 2% das indústrias brasileiras, estão no nível da indústria 4.0, o que é o estado da arte da indústria no mundo; e 30% da indústria brasileira nunca ouviu falar nisso.
Essa é a realidade do Brasil. Perdemos poder, perdemos espaço no comércio internacional e na exportação de manufaturas, portanto, perdemos influência no mundo.
Além disso, estamos crescendo menos do que o resto do mundo. Esse é o grande desafio, antes de pensarmos nos projetos específicos. Portanto, um dos grandes obstáculos para o governo atual.
Na realidade, nossa projeção internacional depende de nossa conectividade e de nossa articulação com a política macroeconômica do país. É preciso ter visão de médio e longo prazo, com prioridades bem definidas, na defesa dos interesses do Brasil; pois, a política externa só tem força e somente tem voz, se tiver o respaldo e a conectividade na economia, o que não é diferente no resto do mundo.
Segundo especialistas, as principais prioridades do Brasil seria uma aproximação maior com os países desenvolvidos, sobretudo, os EUA e a Europa, por causa do componente de inovação e tecnologia; e a preservação da política em relação à China porque a China é o principal parceiro comercial com o Brasil.
Um dos aspectos da nova geopolítica, requer o fortalecimento do regionalismo. Nesse aspecto a Aliança para o Pacífico, seria uma mudança, uma inovação importante na política externa brasileira. Assim, cabe o comentário: ou a gente se integra direito nos fluxos dinâmicos do comércio internacional e da economia internacional e aumentamos a nossa voz no exterior ou vamos ficar do jeito que estamos.
Cabe, então, ao novo governo definir as prioridades. O que a gente quer do país internacionalmente? O que o Brasil quer com relação à China? O que o Brasil quer com relação aos EUA? O que o Brasil quer com relação à União Europeia? E quais são as definições importantes na defesa do interesse do Brasil?
O que conta no jogo internacional são os interesses do nosso país, e não apenas uma política de solidariedade. Todas as nações têm seus interesses, e nós também temos os nossos, o que é legitimamente, normal.
Afinal, somos a décima economia do mundo, um país de dimensões continentais, com apetite e condições de participar, proativamente, das questões do mundo e do comércio internacional.

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