quinta-feira, 26 de julho de 2018

O Brasil não é tão ruim assim…


Todos os países têm seus pontos positivos e negativos e com o Brasil, não é diferente. Como sabemos, temos muitos pontos negativos, aqueles os quais comentamos em nosso dia a dia, em qualquer roda de amigos, numa fila bancária, etc.
Porém, existe uma característica básica que nos persegue: por aqui ressaltamos muito os pontos negativos, enquanto nossos concorrentes fazem questão de enfatizar os pontos positivos. Assim, nosso comportamento reflete um lado passional, motivado pelo sentimento excessivo de paixão, e nos colocamos nos extremos. Caso algo vá mal com o país, tudo se torna mal; refletindo um comportamento infantilizado, o qual não aprendeu ainda distinguir uma coisa da outra para preservar tudo o que temos de bom e trazer o que está ruim ou errado ao mesmo patamar daquilo que esteja bom.
Temos muito do que nos orgulhar do nosso  Brasil: somos o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma; somos a 9ª maior economia do mundo; temos o mais moderno sistema bancário do planeta, a frente dos Estados Unidos e Reino Unido; somos o 3º maior exportador agrícola do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e União Europeia; no mercado externo temos 25% das exportações mundiais de açúcar bruto e açúcar refinado; somos o líder mundial nas exportações de soja e somos responsáveis por 80% do suco de laranja do planeta; somos o quinto maior credor externo dos Estados Unidos, atrás de China, Japão, Grã-Bretanha e um grupo de países exportadores de petróleo; somos o 3º maior produtor de frutas; o terceiro maior fabricante de avião; inventamos o avião com Santos Dumont; somos o 13º maior produtor mundial de conhecimentos científicos e nos situamos acima de produtores importantes como a Holanda, Rússia, Suíça, Turquia, Taiwan, Irã e Suécia; somos o país mais poderoso da América do Sul e possuimos o segundo maior parque industrial nas Américas; temos o segundo mercado de telefones celulares do mundo; somos o país mais bem situado na certificação de qualidade ISO 9000 entre os países em desenvolvimento; somos o segundo maior mercado mundial de jatos e helicópteros executivos; nossas agências de publicidade ganham os melhores e maiores prêmios mundiais; somos a terceira maior democracia do mundo; temos o maior rebanho bovino do mundo; o país tem a 6ª maior reserva internacional do mundo com US$ 370 bilhões; ocupamos o oitavo lugar no ranking mundial de produção de energia eólica; lideramos a produtividade agropecuária mundial; somos  líder mundial na exploração petróleo em águas profundas e apesar da forte crise econômica pela qual o Brasil passa, o país aparece em 5º lugar no ranking de empreendedorismo, numa lista de 15 países, quando o assunto são os empreendedores mais determinados do mundo.
Somos o quinto maior país do mundo em área territorial;  o sexto em população; somos o único país na América onde se fala majoritariamente a língua portuguesa e o maior país lusófono (língua oficial dominante) do planeta; somos uma das nações mais multiculturais e etnicamente diversas, em decorrência da imigração oriunda de variados locais do mundo.
O Brasil é também o lar de uma diversidade de animais selvagens, de ecossistemas e de vastos recursos naturais com grande variedade de habitats protegidos.
O país é um dos principais celeiros do planeta, sendo o maior produtor de café dos últimos 150 anos. Somos classificados como uma economia de renda média alta pelo Banco Mundial e um país recentemente industrializado, que detém a maior parcela de riqueza global da América Latina.
Como potência regional e média, a nação tem reconhecimento e influência internacional, sendo que também é classificada como uma potência global emergente e como uma potencial superpotência por vários analistas. Somos membro fundadores da Organização das Nações Unidas (ONU), do G20, dos BRICS, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da União Latina, da Organização dos Estados Americanos (OEA), da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e da União de Nações Sul Americanas (Unasul). – Não é pouca coisa!
O pesquisador indiano “Parag Khanna” da Fundação Nova América e especialista em política externa  define como segundo mundo os países que estão sabendo como lidar e se beneficiar com as crises globais. E comenta que “os países de Segundo Mundo são os que têm divisões internas, com características de Primeiro Mundo e de Terceiro Mundo, como China e Brasil”. E diz ainda: a força do Brasil está em sua economia diversificada, não só baseada nos recursos naturais, mas também muito industrializada e com inovações em alguns setores.
O pesquisador comenta ainda que, o que diferencia o Brasil da China, é que os chineses têm ambição de se tornarem superpotência, e  o Brasil não. Porém, a importância do Brasil se deve ao fato de o país ter se tornado um país chave para o sucesso de qualquer país desenvolvido. 
Daí, podemos concluir que o Brasil não é somente o caos decantado por todos, todos os dias...

terça-feira, 17 de julho de 2018

O Mercado e a Conjuntura Política


É comum, em discussões corriqueiras quanto em discussões mais refinadas à pergunta: o que é o mercado? Quais são os agentes econômicos que formam esse Mercado?
O mercado, tão falado nas diversas mídias, e também na TV está ligado aos tomadores de decisão quanto a investimentos; ao fluxo de dinheiro, tanto aquele entra, quanto aquele que saí da economia brasileira; assim como do dinheiro que vai para os títulos públicos para financiar essa enorme dívida, que é a dívida pública brasileira; do dinheiro que vai para a bolsa de valores para financiar as empresas produtivas como os setores do agronegócio; da construção civil, da infraestrutura e da indústria como um todo, etc.  
Já o mercado financeiro, especificamente, onde o bem negociado é o próprio dinheiro, é aquele que se configura como o combustível de todo esse sistema produtivo; ele faz o capital girar para financiar as atividades produtivas que vai gerar os empregos, gerar os impostos e, portanto, fazer o país crescer.
Assim, a participação no mercado financeiro, juntamente com as decisões de investimentos se transformam em créditos que estão, intimamente, ligados às expectativas quanto a maior ou menor performance da economia do país, através das decisões, ou de como os candidatos à presidência da república, irão estabelecer as suas relações com a sociedade e com os mercados, já que serão os futuros ocupantes de cargos vitais para o destino da nação e, portanto, para o planejamento econômico das instituições.
Neste sentido, quando os presidenciáveis sinalizam regras claras; estabilidade; previsibilidade; eles apontam para o funcionamento da economia; da economia de mercado, da lei de oferta e procura; para a preservação da livre iniciativa que está prevista em nossa constituição. Esses sinais e essas orientações dos candidatos facilitam os direcionamentos de capitais e investimentos a virem ou não para o Brasil e permanecerem ou não por aqui. Portanto, sinalizam o bom e eficaz funcionamento do mercado financeiro.
No entanto, quando há notícias ou sinais que haverá mais intervenção na economia; mais imprevisibilidade, o mercado tende a reagir retirando o dinheiro do país e redirecionando-o para outras praças. Daí as consequências aparecem na alta do dólar; na queda da bolsa de valores; na alta da taxa de juros de referência como a taxa Selic. E tudo isso descreve a lógica do mercado.
Quando os candidatos sinalizam: seguirei as regras, não causarei nenhuma surpresa, isso se torna um alívio para o mercado e para os investidores.
É preciso que os papéis do executivo, do legislativo e do judiciário, plataformas da democracia, funcionem e que cada um deles se comprometa com o seu papel institucional.
Não existe mais espaço para aventureiros diante da atual legislação brasileira que prevê o controle do gasto público através da Lei de Responsabilidade Fiscal, do Teto de Gastos do executivo, que dificultam manobras e espertezas, como a que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma.
Por outro lado, é fundamental a existência de uma agenda de justiça social e de desenvolvimento sustentável. Para isso, serão necessários recursos financeiros para construir mais escolas e dotar o país da infraestrutura que o país necessita. Porém, diante de um estado quebrado, com um gasto público que mal dá para custear a máquina com o pagamento do salário dos servidores, do pagamento do salário da previdência pública, etc.
Diante desse quadro, a gente precisará de dinheiro privado, do dinheiro do mercado, seja através de concessões; de parcerias público-privadas; de investimentos diretos, etc. Para isso, é essencial que as regras sejam claras. Caso contrário, não teremos investimentos suficientes.
Desse modo, qualquer candidato que seja eleito terá que enfrentar uma agenda que não vai escapar de determinados assuntos como a Reforma da Previdência, a reorganização fiscal e a abertura da economia ao comércio internacional.