Especialistas em
desigualdade social e contas públicas têm sido unânimes em afirmar que uma
relevante reforma da Previdência tanto na ótica fiscal quanto na social,
deveria começar atacando os privilégios do sistema como um todo, e mais precisamente,
os privilégios das aposentadorias do setor público.
Na Previdência
Social os descalabros são imensos. Vejam que o aposentado do regime geral aquele do INSS, em média ganha,
R$ 1.450,00 de aposentadoria; enquanto a média de ganho dos servidores
municipais é de R$ 5.289,00 - quase 4 vezes mais a renda dos aposentados do
INSS.
Nos estados, país
afora, a média de ganho chega a R$ 5.900,00; no executivo federal se ganha, R$
7.716,00 em média de aposentadoria; já a média de ganho do funcionalismo
federal é de R$ 7.700,00. Os militares federais
ganham em média, R$ 9.700,00; o Ministério
Público federal fica com R$ 19.128,00, em média, equivalente, a mais de 10
vezes o ganho do aposentado do INSS. E lembre-se que o Ministério Público tem
como prerrogativa defender e proteger a sociedade brasileira, por ser uma
espécie de advogado do cidadão brasileiro.
O Judiciário
Federal é outra dureza, ganham em média, R$ 22.336,00, enquanto os deputados e
senadores juntamente com os funcionários das casas da Câmara e do Senado,
ganham R$ 28.900,00 em média. Isso representa 20 vezes mais a aposentadoria
média dos aposentados do INSS.
É preciso fazer
alguma coisa, o país não aguenta mais isso! Os brasileiros não querem mais
pagar essa conta que gera uma enorme transferência de renda dos mais pobres
para os mais ricos!
E a reforma da
Previdência deverá ser feita para corrigir essas injustiças e resolver esta
situação; não é para diminuir a aposentadoria de pobre, como dizem por aí. A
reforma é para garantir o pagamento das aposentadorias dos aposentados ao longo
de sua vida.
Por outro lado, os
desajustes das contas públicas é uma realidade. Daí a existência de grande
preocupação com a evolução das contas; e o reequilíbrio das finanças do setor público
é um ponto de sustentação da estabilidade e do crescimento econômico atual. Caso
não haja esse reequilíbrio isso gerará
desconfiança em relação à economia brasileira, o que pode trazer pressões
com consequências danosas como a inflação, dentre outras.
Todo esse
descontrole acaba por afugentar investimentos e os empresários, não somente os da
indústria acabam adiando investimentos por ainda estarem com capacidade ociosa
e pelo fato de terem consciência da gravidade de uma situação de desequilíbrio
fiscal. E como a previdência é a responsável pela maior parte do rombo das
contas publicas, as mudanças passam por ela.
Espera-se um
crescimento maior da economia brasileira no ano que vem e a consolidação dessa
melhoria é ainda muito gradual, o que vai depender da confiança dos agentes
econômicos e da capacidade do governo de voltar a ter superávits fiscais e de buscar
condições de reduzir a dívida pública.
Diante dos
obstáculos que se apresentam o governo poderá ter dificuldades para cumprir a
meta fiscal do ano que vem o que pode esfriar os investimentos esperados e
trazer dificuldades no encaminhamento das concessões realizadas por parte do
setor público.
Estamos sim num
ciclo mais positivo da economia, porém, a consolidação, propriamente dita,
dependerá, fortemente, dos ajustes das contas públicas, e isso passa,
invariavelmente, pela Reforma da Previdência.
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