Em meio às dificuldades
brasileiras de momento, com tantas denúncias e delações de corrupção no meio
político e nas empresas estatais, sobressai-se bravamente o agronegócio
nacional, que se tornou, literalmente, a salvação da lavoura!
Desbravando seus próprios obstáculos, o agronegócio brasileiro,
proveniente da iniciativa privada, é largamente o setor mais competitivo da
economia nacional, representando hoje 20% do PIB nacional, o qual se traduz em
R$ 1 trilhão anuais, com participação expressiva de 41% nas exportações nacionais.
O campo brasileiro absorve entre 25 e 30 milhões de trabalhadores
empregados, o que representa cerca de 30% do pessoal em ocupação laboral no
país, direta ou indiretamente.
Este ano a produção de grãos deve chegar ao recorde de 231 milhões de
toneladas, sendo que na próxima década, deve alcançar 248 milhões de toneladas.
Isso se deve ao aumento de 17% da área cultivável, porém, é a produtividade a grande responsável
pelo aumento na produção, pois ela representa 90% do crescimento da produção contra
10% de outros fatores.
A pujança do agronegócio é imensa, muito embora a tendência de longo
prazo sugira uma produtividade com taxas mais modestas, algo em torno de 1,6%
ao ano, longe dos 4,04% de hoje – contra 2,26% nos EUA.
Os três estados que se destacam no crescimento da produtividade anual
são Minas Gerais com 6,5%, Bahia com 5,7% e Goiás com 5,5%.
Com
esse desempenho, o Brasil é o primeiro produtor mundial de café, açúcar e
laranja; o primeiro exportador mundial de carne bovina e de aves; o primeiro
produtor de cana de açúcar e líder na exportação de açúcar e etanol e se
encontra na segunda colocação na exportação mundial de soja.
O que nos
diferencia dos demais países, é o fato de que somos um país com vocação natural
para o agronegócio devido às nossas características e diversidades,
principalmente, referentes ao clima favorável; ao solo adequado; a água em
abundância; ao relevo e à nossa luminosidade, ou seja, ao grau de exposição da
plantação ao sol abundante.
O Brasil como o país
mais extenso da América do Sul e o quinto mais extenso do mundo, com 8,5
milhões de km2 de extensão, trás ainda um largo potencial de expansão de sua
capacidade agrícola sem a necessidade de agredir o meio ambiente, outro grande
diferencial.
Atualmente o Brasil utiliza 40 milhões de hectares para o plantio de
produtos transgênicos, perdendo, no mundo, apenas para os EUA, com uma área de
plantio que chega a 70 milhões de hectares.
Segundo dados do Ministério da Agricultura o Milho com 63% e algodão
pluma com 55% serão as duas nossas culturas com maior aumento de exportação até
2023.
Os números são
gigantes, porém, os resultados poderiam ser ainda melhores, não fossem os déficits
de armazenagens para absorção de toda a nossa produção que é crescente; o
percentual de perda de 10% na pré e pós-colheita no setor de grãos, considerado
alto em relação à média mundial; as dificuldades com os gargalos de logística e infraestrutura que dificultam o
transporte da produção do campo aos portos de despacho; e a complexidade burocrática
da legislação tributária vigente. Para termos uma
ideia, a saída de uma tonelada de soja do Mato Grosso para a China custa US$ 185,
na Argentina custa, US$ 102 e nos EUA, US$ 71.
Como uma atividade
de capital intensivo, o agronegócio brasileiro exige máquinas, equipamentos e insumos
de preços elevados e de sofisticação elevada, trazendo consigo o desafio crescente
do emprego de alta tecnologia, o que se traduz na chamada agricultura precisão.
Desse
modo, a agropecuária brasileira é o que temos de melhor atualmente, e se tornou
num campo repleto de oportunidades, de investimento e de desenvolvimento, o
qual, segundo as previsões da Conferência das Nações Unidas para o Comércio
e Desenvolvimento (Unctad), será em breve, o maior produtor mundial de
alimentos; abastecendo, assim, todo o planeta.