O Brasil é mesmo
um país que permeia adversidades. Muitas vezes sublime no conhecimento e
decepcionante no reconhecimento. E por este comportamento inocente e iletrado
ignora seu próprio destino de grandeza e se atrasa no bonde da história.
Com o Padre
Landell, não foi diferente. Os brasileiros embreados na ignorância cotidiana e
pela influência nefasta dessa esquerda circense, tresloucada e transvestida de
democracia, descolada do tempo e da história contribui imensamente para o
apagão geral da sensatez brasileira. Ao invés de cultuar o aprendizado, o
conhecimento, o trabalho promovem, simplesmente, a quebradeira, a desordem e a
corrupção desenfreada no país.
Assim, desviados
do pensamento moderno promovem a bandalheira, o descumprimento das Leis, o
desconhecimento e a falta de diálogo que nos distancia da civilidade e dos interesses
legítimos de nosso povo para atender ideários cavernosos (que vem das
cavernas), com discursos doentios e febris que apenas semeiam discórdias, deselegância
e quebra-quebra, desorganizando o estado de direito do país, fonte de
tranquilidade e progresso de uma nação. E desse modo fantasioso dizimamos nossa
cultura, nosso conhecimento, nossas expertises e o nosso jeito sagrado de ser.
Nesta toada inventores
de ponta como o Padre Landell se tornam ilustres desconhecidos da população
brasileira seja do contingente estudantil, seja da população adulta, seja dos jovens
e dos mirins.
É necessário,
portanto, que a sociedade brasileira conheça a instigante história do Padre
Landell que apesar de ser padre foi um visionário da comunicação brasileira nos
idos de 1890 e por isso um dos maiores descobridores de todos os tempos.
Mas, afinal quem
é ou quem foi Roberto Landell de Moura, o Padre Landell, esse desconhecido?
Roberto Landell
de Moura é um Porto-Alegrense,
nascido em
1861 e falecido em 1928, foi um padre católico, cientista e inventor brasileiro, com raros
conhecimentos, que estudou, pesquisou e desenvolveu inventos que dão suporte a produtos
de alta tecnologia que fazem parte da atualidade mundial.
Padre Landell teve sólida formação cultural
e científica, e formou-se sacerdote em Roma. Voltando ao Brasil, passou a
desenvolver sua carreira eclesiástica, sendo indicado por diversas paróquias
nos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo.
Embora fosse um devotado ao sacerdócio,
antes de se radicar definitivamente no Rio Grande do Sul suas passagens pelas
paróquias foram tipicamente breves, e mais de uma vez pediu exoneração
voluntária. Sabe-se que sua devoção à ciência e suas ideias avançadas para seu
tempo causaram algumas vezes o espanto e a revolta dos católicos, e isso pode
ter sido um fator importante na sua incapacidade de desenvolver um trabalho
pastoral estável, ao mesmo tempo em que seus experimentos ocupavam muito de sua
energia e atenção.
Somente na fase final de sua vida
religiosa, já tendo deixado a ciência em segundo plano, sua carreira na Igreja
se consolidou, sendo designado sucessivamente vigário-geral da Arquidiocese de
Porto Alegre, Cônego e penitenciário do Cabido Metropolitano, Monsenhor e
Arcebispo, responsável também pela Paróquia do Menino Deus e, finalmente, pela
Paróquia do Rosário, em cuja igreja se encontra hoje seus despojos mortais.
Landell de Moura, no entanto, é mais
conhecido pelo seu pioneirismo na ciência da telecomunicação, tendo
desenvolvido uma série de pesquisas e experimentos que o colocam como um dos
primeiros a conseguir a transmissão de som e sinais telegráficos sem fio por meio de
ondas eletromagnéticas, o que daria origem ao telefone e ao rádio, senão o
primeiro de todos, o que ainda é motivo de polêmicas. Vários testemunhos
afirmam que ele vinha realizando testes bem sucedidos em ambas as modalidades
de transmissão desde 1893 ou 1894.
Seu primeiro registro inconteste,
documentado publicamente, é de 3 de junho de 1900, testando com sucesso
aparelhos que transmitiram sem fio sons e sinais telegráficos. No Brasil,
restritamente, é considerado o pioneiro em nível mundial. Em outros países sua
realização permanece largamente ignorada embora fontes estrangeiras estejam
aceitando a sua primazia.
Deixou projetos que apontam seu pioneirismo
na transmissão de imagens sem fio, sendo considerado nacionalmente um precursor
da televisão e das fibras ópticas.
Demonstrou paralelamente algum interesse
pela homeopatia, pela psicologia e pelo espiritismo, abordados pelo viés da
ciência.
Teve muitas dificuldades técnicas e
financeiras para desenvolver suas pesquisas, trabalhou a maior parte do tempo
sozinho e encontrou muita resistência e incredulidade por parte de autoridades
e da população, o que impediu que seu reconhecimento em vida tivesse
acontecido.
Roberto Landell de Moura é considerado um dos vários "pais"
do rádio, no caso, o pai brasileiro do Rádio. Foi pioneiro na transmissão da
voz humana sem fio (radio-emissão e telefonia por rádio) em dezembro de 1900, antes
mesmo que outros inventores, como o canadense “Reginald Fessenden”, enquanto
que Marconi se notabilizou por transmitir sinais de telegrafia por rádio, o
qual somente transmitiu a voz humana em 1914.
Roberto Landell estudou com os Jesuítas de São Leopoldo (RS) a partir de
1879 antes de seguir para a Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Em companhia
do irmão Guilherme, seguiu para Roma, matriculando-se em 1878, no Colégio Pio
Americano e na Universidade Gregoriana onde estudou Teologia, Física e Química
e se tornou sacerdote católico em 1886. Em Roma, iniciou os estudos de física e
eletricidade. No Brasil, como autodidata continuou seus estudos, e realizou as
suas primeiras experiências públicas na cidade de São Paulo, no final do século
XIX. Um fato interessante é que por algum tempo substituiu o coadjutor do
capelão do Paço Imperial, no Rio de Janeiro, e manteve longos diálogos
científicos com D. Pedro II.
Nos Estados Unidos em 1904, o padre Landell registrou o transmissor de
ondas, o telefone sem fio e o telégrafo sem fio. Além disso, inventou a válvula
de três eletrodos, uma peça fundamental para o desenvolvimento da radiodifusão.
De volta ao Brasil no ano seguinte, no Rio de Janeiro, o inventor solicitou ao
Presidente Rodrigues Alves dois barcos para poder demonstrar o seu invento;
ocasião em que foi tachado de "maluco e espírita" e teve seus
equipamentos destruídos pela segunda vez.
Foi pioneiro na transmissão da voz, utilizando
equipamentos de rádio de sua própria construção, patenteados no Brasil em 1901,
e, posteriormente, nos Estados Unidos em 1904. E por utilizar a luz como meio de transporte de
informação, Landell é considerado um dos precursores da fibra óptica.
Visto por uma população ignorante como herege, impostor, feiticeiro
perigoso, louco, bruxo e padre renegado por seus experimentos envolvendo
transmissões de rádio em São Paulo; pagou com sofrimento, isolamento e
indiferença por sua posição de vanguardismo científico absoluto, chegando a dizer que, no futuro, haveria comunicação interplanetária.
Assim, falar de Padre Landell é falar do descaso
científico e da falta de incentivo em Ciência e Tecnologia e em Pesquisa e
Desenvolvimento no país.
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