Vai passar!
Nessa avenida uma
manifestação estritamente popular. E em cada paralelepípedo, da velha cidade,
esse dia vai ser de arrepiar. Ao lembrar que assim sambaram os nossos
ancestrais, em outros tristes carnavais.
Hoje, página infeliz
da nossa história, que não fique como passagem desbotada na memória, das nossas
novas e antigas gerações.
Ao lembrar, que dormia,
a nossa pátria mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída, em tenebrosas
transações de “mensalões, pretrolões e eletrolões”!
Seus filhos, errantes
cegos pelo continente, levavam pedras, feito penitentes, erguendo estranhas
catedrais de estádios inúteis em disputas imorais.
Mas um dia,
afinal, teremos circo, com obstipação de “Brahma” e outros mais da contramão.
Com direito a uma alegria fugaz, uma ofegante epidemia, que se chamava carnaval,
o carnaval, o carnaval.
Vejam a ala dos Barões
Famintos, o bloco dos Napoleões Retintos, e os pigmeus do Bulevar. Meu Deus vem
olhar, a evolução da liberdade, até o dia clarear.
Em ruas e
avenidas em capitais, cidades e vilas o povo em turbilhão vem bradar. Ardida em
sentimentos febris de democracia à pátria amada mãe gentil tão solapada nestes
dias, da vontade de chorar!
Afaga o dia em
esquinas de quarteirões e o povo em borbotões. O maior protagonista forja
história em seus cordões. Empunhados de seus estandartes em inventivas
expressões. O verde e amarelo é seu traje padrão, longe do vermelho que nos
enrubresce de vergonha e humilhação.
Bradando a
evolução da liberdade de um melhor país para futuras gerações que não merece
perder o seu futuro, por meia dúzia de gentis, ladrões. Outrora fosse meia
dúzia, e assim, de outros mais. Infelizmente, são muitos, e muitos mais!
Caía à tarde,
feito a um viaduto. Tal qual os que caem ceifando vidas em cidades do país de
agora. Espelho sem fim de uma corrupção que se aflora.
Às ruas em
multidões expressa nojo à desfaçatez enfinda para trazer de volta o futuro
roubado, ainda.
A lua,
mata-borrão no céu, tamanha inspiração, era somente lisura, brancura,
transparência, decência e limpidez, que escapa na administração da coisa que é
pública, causadora de indignação, tamanha insensatez.
O povo
equilibrista fazia irreverências mil, pra noite do Brasil. Na corda bamba
equilibrista a comer o pão que PT amassou. Sem emprego, sem transporte e até
sem o sono que a ilusão tirou.
E sonha com a
volta de um país azul anil, sem choro de Marias e Clarisses, no solo do Brasil.
Mas, uma dor
assim pungente, não há de ser inutilmente. Há esperança! Na corda bamba de
sombrinha, que em cada passo dessa linha, pode se machucar.
E a esperança
equilibrista sabe que o show de todo artista, tem que continuar, apesar do
lotação a se atrasar.
Meu Brasil!