O
Brasil vinha ganhando importância no cenário internacional, porém, mais pelo
produto de crises internacionais do que propriamente pelo nosso desempenho
competitivo frente ao resto do mundo. Assim, o Brasil ainda tem um longo
caminho a percorrer para disputar os mercados globais de igual para igual com
os demais países.
No ranking de Competitividade Mundial divulgado pelo “International Institute for
Management Development” (IMD), em parceria com a Fundação Dom Cabral, o Brasil
perdeu espaço competitivo, pelo quarto ano consecutivo, no cenário
internacional, reflexo da piora de eficiência da economia nacional.
O País caiu três posições no Índice de Competitividade Mundial 2014
(World Competitiveness Yearbook), ficando em 54.º no ranking geral composto por
60 países, à frente apenas da Eslovênia, Bulgária, Grécia, Argentina, Croácia e
Venezuela e entre 2010 e 2013, o país saiu da 38.ª posição no ranking para o
51.º lugar. Incrível não?
A produtividade brasileira caiu e o custo de vida
aumentou e postos de trabalho foram abertos apenas em setores da economia com
mão de obra menos qualificada. Assim, a geração de empregos em setores que
criam menor valor para a economia, como a construção civil, foi o principal
fator que rebaixou a produtividade do país.
Há reservas também ao modelo de desenvolvimento
adotado pelo Brasil pintando um cenário mais pessimista para os negócios. O
crescimento está ancorado no crédito concedido ao consumo, principalmente à
nova classe média. Porém, o nível de endividamento das famílias brasileiras já
está elevado o que pode se tornar perigoso no longo prazo. Soma-se a isso o câmbio
mais valorizado que vem minando o poder de competitividade das exportações
brasileiras.
As principais
deficiências em competitividade apresentadas pela economia brasileira apontadas
pelo ranking são velhas conhecidas dos brasileiros: infra-estrutura básica
insuficiente (55ª posição), educação de baixa qualidade (56ª) e baixa
eficiência do governo (55ª). De todos os 60 países analisados pelo estudo, o
Brasil é o que apresenta a maior diferença entre a competitividade do setor
público e o setor privado.
O Brasil está mal posicionado quando o assunto é regulamentação. Há excesso de burocracia. É difícil abrir e fechar uma empresa por aqui e a legislação é predatória e policialesca afirmam especialistas.
O Brasil está mal posicionado quando o assunto é regulamentação. Há excesso de burocracia. É difícil abrir e fechar uma empresa por aqui e a legislação é predatória e policialesca afirmam especialistas.
Da parte do
governo, há ainda desperdício de gasto público. Diminuir esses gastos seria,
inclusive, uma maneira de conseguir baixar os juros, o que ajudaria a economia
como um todo.
Apesar de
conhecidos, a resolução para esses problemas de décadas não vem progredindo e o
Brasil não tem avançado. Existem problemas institucionais que são resolvidos em
outras partes do mundo, mesmo na América Latina, mas, por aqui, não evoluem.
Temos visto, na realidade, pioras institucionais com uma administração pública
cara e ineficiente.
A
competitividade da economia brasileira está sendo afetada pelo aumento
significativo dos preços e baixa participação do país no comércio
internacional. A infra-estrutura defasada, que inclui estradas, portos,
aeroportos e energia, continua sendo um ponto crítico. E
o custo da energia deverá trazer mais impactos negativos ao Brasil, que deverá
perder posições no ranking em 2015. O País está em 51.º em custo de energia,
com custo médio de US$ 0,18 por quilowatt, enquanto a média dos outros países
fica em US$ 0,12.
Outro fator que pesa contra o país é a ineficiência empresarial. A baixa
produtividade é alarmante. Nesse item, o Brasil fica em 59.º, à frente somente
da Venezuela. O Brasil gera emprego, mas de menor valor agregado, com mão de
obra pouco qualificada, fruto de deficiência educacional, não gerando riquezas
na mesma proporção.
O país vem de um longo processo de desindustrialização. Alguns setores
mais intensivos em mão de obra perderam espaço. O mundo ideal seria exportar
produtos agrícolas e também produtos industrializados. A alta carga tributária
e os elevados custos de produção nos empurra para forte risco de contração do
PIB industrial.
Entre os Brics, que incluem também Rússia, China, Índia e África do Sul,
o país também está na lanterna. No ano passado, o Brasil estava à frente da
África do Sul. Na comparação com os países da América Latina, o Brasil é o que
apresenta maiores oscilações negativas.
No topo da lista dos países competitivos, estão os EUA, Suíça, Cingapura
e Hong Kong. O alto desempenho em tecnologia e infra-estrutura, aliado à
geração de emprego, refletem a força da economia dos países melhores colocados
no ranking.
É duro lembrar que o Brasil optou por realizar a copa...
Gostei do seu comentário, colega Economista.
ResponderExcluirNós economistas, temos um senso crítico sempre apurado em relação à dança e oscilações nas e das políticas de Estado. Assim, penso que além de termos essa habilidade incrível de reproduzir cenários a partir de uma morte anunciada, também deveríamos ter a capacidade de mostrar caminhos e soluções para os graves problemas que assolam a nossa pátria Brasil. Ficar debatendo sobre as "burradas" de um determinado governo, certamente não nos leva a lugar nenhum, a não ser para o fundo do abismo.
Vamos nós Economistas honrar o nosso juramento e começar a ajudar a nação a se reerguer. Demos este primeiro passo, apontemos soluções, pois um organismo cujas células encontram-se adoentadas, precisa de um antídoto eficaz para reverter o quadro, senão, vai pro brejo, literalmente. Vamos restabelecer a ordem e o progresso deste grande organismo chamado pátria amada BRASIL.
Ari Jarbas Sandi
Economista
Concórdia SC