No último dia 24
de janeiro aconteceu sem muita vibração pelos brasileiros, especialmente, pela
classe política detentora do poder desde 2003, o Dia Nacional do Aposentado.
A data do dia do
aposentado foi escolhida porque nesse mesmo dia, em 1923, ocorreu a assinatura
da Lei Eloy Chaves, criando, na época, a caixa de aposentadorias e pensões para
os empregados de todas as empresas privadas das estradas de ferro existente no
país. Assim, este episódio se tornou o marco histórico da Previdência Social,
que até então atendia apenas os funcionários do governo federal. E é por isso,
que no Dia do Aposentado também se comemora o Dia da Previdência Social.
Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), constam que no Brasil o
número de idosos acima de 60 anos supera o de crianças de menos de 5 anos de
idade em 17,9%. Nas Regiões Sul e Sudeste esse percentual ficou em 47%. Já nas
demais regiões, o grupo etário desses idosos ainda é menor do que o de
crianças.
Segundo cálculos
do IBGE, há um aumento médio de 144 dias na expectativa de vida para
trabalhadores que hoje têm entre 40 e 80 anos. Esse resultado indica uma perda
média de 1,67% no valor da aposentadoria por tempo de trabalho em relação ao
benefício solicitado até novembro de 2013.
Envelhecer faz parte do jogo da vida, mas o grande mérito da vida é
viver e conviver com dignidade todas as suas fases e ter bons motivos para
comemorar cada acontecimento, com alegria com energia e equilíbrio.
Embora esquecidos, seria muito justo homenagear quem durante muito tempo
lutou por si e pelos seus, produzindo e consumindo, participando ativamente da
vida econômica e social do país.
O Dia do aposentado é também dia de histórias sempre contadas para lembrar
que a vida é reciclada a cada dia. É dia de falar dos amigos. Dos companheiros
de todas as batalhas, dos cúmplices de todos os sonhos, de quem ficou pelo
caminho, de quem deixamos pela estrada, de quem nos ligamos pelo cimento da
união.
Aposentado é aquele que merece olhar sossegado tudo o que ajudou a
construir ao longo da vida – filhos, netos, casas, praças, parques, avenidas,
igrejas, empresas, bancos, estradas, bares, até satélites.
Seria justo uma comemoração verdadeira a esses gigantes porque ainda há
força e alegria. Força para provar que ainda há muita vida, força para lutar
pela garantia das conquistas, e alegria para compartilhar com as novas gerações
a experiência e a memória dos anos vividos.
Assim, seria dia de homenagear a todos que se permitem sair para pescar,
caminhar, visitar amigos e parentes, viajar, ou mesmo ficar sentados em uma
cadeira de balanço observando o mundo a seu redor.
Infelizmente os
aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS)
não tiveram o que celebrar em 2014. O reajuste de 5,56% concedido recentemente
pelo governo está aquém das expectativas daqueles que trabalharam durante toda
a sua vida, não cobrindo a inflação e nem mesmo as perdas do poder de compra da
classe.
Deste modo o
Senado e a Câmara dos Deputados têm a obrigação de discutir e votar um projeto
que ponha fim as dificuldades com que passa esta classe tão importante da
sociedade e apresentar alternativas que possam assegurar uma reposição justa e
verdadeira para todos os beneficiários do sistema previdenciário, pois, os
aposentados têm sido sistematicamente desrespeitados e tratados com descaso
pelas autoridades vigentes.
O país conta com
30 milhões de aposentados sendo 72% deles com ganho de apenas um salário mínimo
de R$724,00. Os reajustes não acompanham a inflação para aqueles que ganham
acima do salário mínimo e nos últimos 18 anos, já se contabiliza 76% de perdas nos salários
e benefícios.
Existe um projeto de lei, PL 4434 que
prevê a recuperação dessas perdas salariais que, lamentavelmente, ainda não
entrou em pauta, pois dados de especialistas consideram perdas relacionadas a 10
anos de trabalho duro.
Pesquisa
divulgada em janeiro realizada pela consultoria global “Natixis Global Asset
Management” mostra o ranking de como os países trata os seus aposentados.
Longe de alcançar
as primeiras posições entre os 150 países estudados, o Brasil ficou em 40º
lugar. A pesquisa considerou indicadores de saúde, finanças, qualidade de vida
e bem estar material.
Assim, o país que
concede as melhores práticas para os aposentados é a Noruega, seguida de Suíça
e Luxemburgo.
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