A economia
brasileira vem balançando há tempos. Nada foi feito para direcionar o país
dentro de um contexto favorável em que o mundo passou desde os idos de 2003.
Agora, a situação
que já não era boa ficou ainda pior com a recuperação da economia americana.
O Brasil ainda é
muito dependente da poupança internacional, o que pode não parecer ao cidadão
comum. Assim, os recursos que aportavam por aqui já não o fazem mais com tanta
abundância e agora retorna à sua fonte mais segura, os Estados Unidos, a maior
economia do planeta.
As dificuldades brasileiras
começaram no ano passado já nas primeiras expectativas de os americanos reduzirem
por lá os estímulos fiscais, fazendo a nossa moeda o Real a ter um resfriado e
se enfraquecer diante do Dólar em 14,36%.
Porém, agora é
prá valer. O Banco Central Americano o FED reduziu os estímulos fiscais da
economia americana em US$ 10 bilhões em janeiro e repetiu a dose agora em
fevereiro baixando mais US$ 10 bilhões, assim, os estímulos totais para a
economia americana ficaram em US$ 65 bilhões, o que traz a expectativa se,
realmente, o FED vai tomar esta medida a cada mês, sugando a abundância de
dólares ao redor do mundo, fazendo com que a moeda dólar fique mais valorizada
mundo a fora.
Em outras
palavras o FED gastará US$ 65 bilhões ante US$ 85 bilhões mensalmente para
comprar títulos do governo americano emitidos desde a crise do “Sub-prime” em
2007/2008. Assim governos e investidores acompanham a saída de capitais das
economias emergentes, Brasil, no meio.
A
justificativa para as medidas americanas vem da melhora nas taxas de desemprego,
inflação baixa do país e melhora na economia em geral.
A previsão é de que com
ganhos maiores para os investidores nos EUA atraia capital estrangeiro
estacionado hoje nas economias emergentes.
O
Brasil faz parte dos cinco grandes emergentes rotulados de Cinco Frágeis,
juntamente com Turquia, Índia, África do Sul e Indonésia, ou seja, dos países em
que os economistas consideram em situação mais desvantajosa para enfrentar um
novo impacto externo, após sobreviverem à crise de 2007/2008.
Os principais dilemas que afligem os
emergentes, Brasil no meio, são o que os investidores estrangeiros terão em
mente ao reavaliar os seus portfólios de investimentos a partir de dessa
retirada gradual dos estímulos monetários nos Estados Unidos.
Em uma primeira rodada os investidores irão
retirar dinheiro de todos os países emergentes. Em uma segunda rodada, vão
começar a diferenciar entre as economias emergentes que estariam em melhores
condições e com mais credibilidade, dizem especialistas.
O recente
descontentamento nos mercados, causado pela redução do programa de estímulo monetário
pelos Estados Unidos, deixou claro a necessidade de governos de economias
emergentes levarem a sério a urgência de reformas internas.
Com a redução dos
estímulos monetários, o fluxo de liquidez fácil para o mercado mundial, que de
algum tempo atrás propeliu queda recorde nas taxas de juros brasileiras (hoje
elas retornaram a dois dígitos), afetará países devedores como o Brasil dentre
outros.
Os problemas dos
mercados em 2013 expuseram os desequilíbrios que estão se acumulando na
economia brasileira, porém, não levou Brasília a resolvê-los. Os problemas variam
de um crescente déficit no orçamento do governo a tentativas oficiais de conter
a inflação por meio de contenção de aumentos em produtos e serviços
administrados pelo próprio governo como os combustíveis.
Agora será
necessário permitir que os preços se corrijam, o que provavelmente, conduzirá a
uma queda no câmbio, alta na inflação e das taxas de juros.
Um segundo problema
é que o Brasil está a caminho de um novo rebaixamento em sua classificação de
crédito, além de enfrentar prováveis protestos políticos durante a Copa do
Mundo.
Outra dificuldade
é que muitas corporações brasileiras emitiram papéis denominados em dólar,
portanto, fazendo dívida em dólar e o governo brasileiro vem perdendo ‘superávits’
em conta-corrente (comércio internacional) gerando ‘déficits’ por conta dos
baixos preços das ‘commodities’ brasileiras no mercado internacional,
dificultados ainda pela necessidade crescente de financiamento externo.
Quando
se olha para os números de longo prazo do Brasil, é assustador. Ou seja, durante
a bonança por que passou o mundo, o Brasil foi um dos países que mais
negligenciou a sua infra-estrutura na América Latina, e onde o investimento
relativo ao PIB avançou menos.
Pois
é, são temas relativos à educação, infra-estrutura, investimentos, etc. E sob
estes aspectos o Brasil não teve, infelizmente, um bom desempenho.
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