sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Separando Despesas Pessoais dos Gastos Empresariais

Lidar com dinheiro nem sempre é uma tarefa fácil, ainda mais quando se trata de administrar, ao mesmo tempo, as finanças pessoais e as finanças da empresa. Por isso, não é raro encontrar empreendedores que relatam ter tido problemas ao misturar as contas particulares e as contas corporativas.
Segundo especialistas, é fundamental o empreendedor estabelecer uma divisão entre pessoa física (indivíduo) e pessoa jurídica (empresa), pois ambas têm necessidades distintas. Assim, a linha que separa os gastos pessoais e os da empresa é tênue, porém, pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso de um empreendimento corporativo.
Em se tratando de pessoa jurídica – a empresa - o foco está no negócio, nos fluxos de caixa, nas metas, na rentabilidade e nas vendas. Já a pessoa física - o indivíduo – privilegia-se a família, os sonhos, os desejos, a qualidade de vida e a prosperidade financeira.
O primeiro passo, para este desafio de separar despesas pessoais dos gastos da empresa é listar os gastos com a empresa e os gastos com as despesas pessoais. Nessa fase, as contas precisam ser separadas adequadamente. Para isso, basta colocar todos os itens na "ponta do lápis". Uma vez feito o diagnóstico, ele não precisa ser repetido mensalmente. Lembre-se, na equação entram todos os gastos da empresa: contador, contas de telefone, água e luz, folha de pagamento e assim por diante. O objetivo é ter domínio sobre quanto, de fato, custa o seu negócio mensalmente.
Outra informação interessante é que planos de celular, internet e saúde geralmente custam menos quando feitos para a pessoa jurídica. Quem trabalha num esquema de “Home Office” também precisa adotar um número de telefone fixo exclusivamente para uso profissional. Isso facilita a separação das contas. Outra dica é o automóvel: nas micro e pequenas empresas é comum que o carro usado na empresa seja também o particular. Então, o recomendado é que o empresário faça uma estimativa, em percentual, de quanto combustível e estacionamento ele gasta com a empresa e o quanto gasta para seu uso próprio.
Atenção especial ao “pró-labore”. Chama-se de “pró-labore” o ganho mensal que a empresa (pessoa jurídica) paga para os sócios (pessoa física), que é uma retirada mensal equivalente a uma espécie de salário. É importante que o “pró-labore” seja definido pelo empreendedor respeitando os custos mensais do empreendimento. Não adianta o empresário determinar para si um valor ínfimo mensal, pois dificilmente ele conseguirá manter o seu padrão de vida com essa quantia e acabará incorrendo no erro de misturar as contas de pessoa física com as de pessoa jurídica. Assim, o cálculo do “pró-labore” deve ser realista. Também não cabe estipular um valor muito alto, que pode comprometer a rentabilidade da empresa. O empresário deverá entender que necessitará adaptar a sua vida financeira em conformidade à realidade da empresa.
O ideal é que o empreendedor reserve o equivalente a meio “pró-labore” por mês para usar como férias ou décimo terceiro salário. Um cabeleireiro ou um dentista que tire 20 dias de folga ficará consequentemente sem receber por esse período. Sem contar os casos de urgência, como uma doença qualquer, etc. Por isso, é importe manter uma reserva financeira para as despesas pessoais.
Para planejar a aposentaria, os especialistas recomendam que de 10% a 20% do “pró-labore” sejam guardados para esse fim. O dinheiro deverá ser colocado em uma poupança simples ou ser investido em um plano de previdência privada, dentre outros.
Lembre-se: a empresa também necessita de uma reserva mensal. Separe, pelo menos, 10% do ganho mensal que é o lucro da empresa para realizar uma poupança com o objetivo de utilizar este valor como capital de giro ou para re-investimento na empresa. A idéia é que o dinheiro poupado seja utilizado para modernização e atualização tecnológica da empresa. Utilizar todo o dinheiro ganho na empresa no mês é um erro comum, que pode levar ao fracasso empresarial.
Pois é, nem sempre a educação financeira pessoal e empresarial tem a ver com planilhas, matemática e cálculos diversos. Às vezes passa apenas por uma mudança comportamental que corresponde à adoção de melhores hábitos e uma leve organização pessoal e empresarial.
Bons negócios! 

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