Apesar de o governo Lula ter alcançado um dos maiores índices de popularidade chegando à marca dos oitenta por cento de aceitação, a realidade econômica do país e os movimentos do governo não indicam o mesmo otimismo.
Assim, vejamos: os padrões atuais dos gastos do governo são exagerados e o aumento dos salários do funcionalismo público atropela o equilíbrio das contas públicas, ou seja, somente este ano, gastou-se cerca de 41 bilhões com o funcionalismo enquanto que o famoso e ineficiente PAC possui um volume financeiro de apenas 3,8 bilhões de reais, donde se conclui que a qualidade do gasto público governamental deixa a desejar, fazendo do estado um mamute, grande e inoperante.
A redução de IPI para o setor automotivo e de linha branca, durante a crise, deixou estados e municípios com tremenda dificuldade financeira, pois o governo federal, por dever constitucional, tem o dever de repassar 54% da arrecadação do IPI para estados e municípios. Como a maioria dos municípios brasileiros depende exclusivamente dos repasses estaduais e federais a diminuição da arrecadação federal e estadual arrochou os municípios. Faltou a devida prudência nos tempos de bonança.
Assim como boa parte das administrações municipais, a União inchou a máquina, simplesmente contratando e concedendo reajustes funcionais. Sem estatísticas consolidadas, estima-se que a maioria dos municípios tenha mantido um padrão semelhante de gastos e apresentam naturalmente, dificuldade para respeitar os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Durante a crise financeira mundial, o governo chinês incrementou um pacote de medidas com recursos destinados a obras de infra-estrutura para os próximos dois anos, priorizando escolas, estradas e ferrovias, assim, os chineses estão não apenas atuando para melhorar a economia no curto prazo, mas pavimentando o futuro de seu país. Enquanto por aqui o governo federal inclina-se para o inchaço da máquina administrativa e aumento dos privilégios e da burocracia.
Some-se a isso a elevada taxa de juros brasileira e a pesada carga tributária que impedem o país de desenvolver uma economia mais competitiva. Aliás, o país precisa complementar as suas reformas que foram interrompidas na administração atual.
Em que pese toda a retórica de investimento no social, a realidade é que temos um imenso fosso a resolver nas áreas de segurança pública, saúde, moradia, educação, emprego, alimentação, estradas, previdência social, acrescido dos sem terra, dos sem futuro e dos sem vergonhas, lá para as bandas de Brasília. Além disso, é hora de investimento em infra-estrutura, inovação e produtos de elevada tecnologia, e nessas matérias estamos com nota baixa, ou seja, ainda bem atrás de nossos concorrentes diretos. Diante disso, será então necessário um aumento do percentual de apenas 1% em pesquisa e tecnologia, para pelo menos, 2,7% - o que fazem os asiáticos já há algum tempo. Contrastando-se a tudo isto, estamos em um país que lê pouco e pior do que isto estuda menos ainda.
Pelo menos, essa é a minha opinião.
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