domingo, 13 de setembro de 2009

A Inexistente Logística Brasileira

Com o advento da chamada globalização, da internacionalização da economia, dos avanços tecnológicos, da redução do ciclo de vida dos produtos e da necessidade cada vez maior de se promover o encurtamento entre empresas e clientes, surge a logística como a grande ferramenta de estratégia negocial.
A logística teve grande impulso durante as grandes guerras com o desafio de suprir e fazer chegar aos cenários de combate os produtos destinados à sobrevivência dos combatentes como alimentação e remédios. Seu aparecimento se deu nos anos de 1330, com a empresa austríaca “Irmãos Weiss”, a mais antiga operadora de logística do mundo.
Assim como nos cenários adversos das guerras, o mundo precisa ser abastecido com produtos que irão satisfazer as necessidades da humanidade. Assim, resolver os graves problemas mundiais também é uma questão de logística.
No Brasil, um país de dimensões continentais não é diferente. Assim como na adversidade das guerras teremos que ser capazes de construírmos uma logística que atenda aos interesses nacionais e, por conseguinte, aos interesses empresariais, pois, estados brasileiros com insuficiência logística têm perdido investimentos dentro da dinâmica moderna da economia.
Analisando os modais brasileiros podemos dizer que estão em frangalhos e, portanto, é um tremendo problema que se bem observado, se transforma em uma das maiores oportunidades empresariais e profissionais do momento, pois os negócios de logística envolvem 15% do PIB brasileiro, algo em torno de US$ 236 milhões, com efeito multiplicador dentro da economia.
O maior centro logístico do país hoje está com a Vale Logística, uma empresa da Companhia Vale com oito terminais portuários, sistema integrado de ferrovias e atendimento focado, principalmente, ao setor siderúrgico.
A malha portuária brasileira atualmente é de pequeno porte. As grandes empresas têm buscado então a alternativa de terminais de cargas próprios, com maior capacidade de armazenamento, utilizando-se assim de custos menores, pois, os custos nacionais comparados com o exterior são elevadíssimos. Enquanto a média internacional atinge a faixa de US$ 90 a US$ 100, por aqui os custos giram em torno de US$ 80 a US$ 170, com uma concentração nos portos do sudeste e sul, em detrimento dos portos do nordeste e norte.
As rodovias estão em péssimo estado de conservação o que não somente dificulta a distribuição dos produtos como também os tornam mais caros. As únicas malhas rodoviárias que estão em melhores condições são os trechos administrados por concessionárias privadas do sul e sudeste. Interessante colocar que o modal rodoviário representa 60% da movimentação da produção do país, o que é extremamente elevado.
As ferrovias apresentam-se com pequena extensão de malhas apenas trinta mil quilômetros, acrescidos de vias e composições obsoletas, com registro de circulação de apenas 20% da produção.
Os portos de cabotagem é o setor mais grave no segmento navegação. A cabotagem é imbatível nas grandes distâncias, podendo chegar a 50% dos custos de outros modais, porém este segmento transporta perto de 1,2 milhões de t, apenas 0,2% da carga brasileira. Este modal vem buscando um diferencial com a logística de transporte terrestre porta-a-porta, porém, é quase inexistente os investimentos no setor.

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