Com as
dificuldades financeiras dos sistemas previdenciários oficiais de governos, mundo
afora, cabe aos cidadãos e, principalmente, aos jovens o compromisso de planejar
uma aposentadoria complementar para sua proteção futura.
No caso
brasileiro, as pessoas não precisam pensar em abandonar o INSS porque ele, além
de conduzir à sua aposentadoria, traz algumas vantagens como o seguro
desemprego e a licença maternidade para as mulheres, o que pode ser importante
no meio do caminho dessa longa jornada de vida.
Assim, como um fenômeno mundial, as aposentadorias públicas não têm sido
suficientes para uma vida normal no futuro em nenhum lugar do planeta. Neste
ponto, torna-se importante aos jovens a ideia de se programarem e começar a acumular
dinheiro para o futuro, buscando aplicações privadas através das aposentadorias
complementares.
Pesquisa do SPC
BRASIL realizada, recentemente, mostra que de 4 a cada 10 jovens brasileiros
não se preparam para a aposentadoria futura. Não é por falta de informação!
Dois motivos
foram identificados na pesquisa. Um deles é que a aposentadoria estaria muito
longe, e seria muito cedo para o jovem pensar nisso; enquanto o segundo motivo
seria porque não sobra dinheiro no final do mês para poupar.
Vale lembrar
então, que a questão de faltar muito tempo para a aposentadoria deveria jogar a
favor desse jovem, justamente porque ele tem muito tempo para poupar e assim
ele poderia guardar um pouquinho todo mês, o que faria, no longo prazo, com que
ele tivesse um resultado superinteressante. Já a questão de não sobrar dinheiro,
vem de outro ponto, ou seja, se a pessoa esperar para sobrar, não vai sobrar
mesmo! Desse modo, o importante seria guardar o dinheiro assim que ele cair na
conta corrente.
A pesquisa trouxe
outro dado interessante, em que a maioria das pessoas guarda dinheiro na
poupança, em casa, e na previdência privada.
Na realidade, a
pesquisa mostra que falta cultura de poupança ao brasileiro. E diz mais, que
entre aqueles que poupam não existe sofisticação em suas aplicações, portanto,
perdendo dinheiro no longo prazo de acumulação.
Podemos
compreender então, que a poupança é interessante no sentido de que ela é muito
fácil, de simples aplicação, acessível a todos e todos a conhecem. Porém,
existem outros investimentos que geram resultados mais vantajosos
financeiramente.
A previdência
privada pode ser um deles, porém, cabe observar as taxas de administração
cobradas. Já o Tesouro Direto tem sido recomendado pelos especialistas
justamente por ele render acima da
poupança. No caso do Tesouro Direto existe uma modalidade chamada “IPCA MAIS”,
que rende a variação da inflação mais 5% de juro real ao ano, o que traz um
ganho real de fato. Veja que não é um ganho pequeno, principalmente, se pensarmos
num jovem que tenha aí mais de 30 anos para poupar ao longo de sua vida.
Alguém poderia questionar
se existiria uma idade para começar a guardar dinheiro?
Especialistas
respondem que não, porém, o ideal seria as pessoas começarem a guardar dinheiro
assim que elas se iniciassem no mercado de trabalho, pois, simultaneamente,
desenvolveriam o hábito de poupar, já que o hábito de gastar é, naturalmente,
automático.
Ao guardar o
dinheiro a pessoa deve pensar em três objetivos, ou seja, o de aposentadoria,
propriamente, dito; o de atender aos seus sonhos; e o de reservar uma parte do
dinheiro para os imprevistos que podem acontecer no meio desse longo caminho. Assim,
com os três objetivos afinados e um pouco de disciplina tudo pode ser
resolvido.
Como um projeto
de aposentadoria acontece no longo prazo, às pessoas poderiam pensar na
diversificação de suas aplicações colocando parte em previdências privadas, o
que é relativamente fácil; parte no Tesouro Direto, bastando apenas conversar
com o gerente de seu banco; e colocar parte no mercado de ações, o chamado
mercado de renda variável, correspondente às bolsas de valores. O mercado de
ações constitui-se em uma boa opção, porém, deve contar com ajuda de
profissionais, pois ele exige um pouco mais de conhecimento nas aplicações para
que não se perca dinheiro durante o período de acumulação.
Assim, o pretendente
a uma boa aposentadoria no futuro deve tratar a reserva financeira como uma despesa
fixa. Ou seja, como ninguém deixa de pagar o aluguel, o telefone, a internet, não
poderá deixar de reservar uma parte do dinheiro para a sua reserva financeira. Desse
modo, se a pessoa colocar a sua reserva financeira no rol das contas fixas, da
qual ela não abre mão, ficará mais difícil cair na tentação dos gastos.