quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Ainda o esquerdismo…

O comportamento dos esquerdistas em relação aos liberais em conversas do cotidiano parece ter o sentido de apenas adicionar confusão aos ouvidos dos menos avisados em relação aos truques de linguagem, meias verdades e inverdades as quais eles cometem nas discussões e, que por isso mesmo, acabam por ser infrutíferas ao pensamento humano e parece ter como objetivo claro influenciar negativamente as pessoas.
Desta forma aparecem durante o diálogo entre liberais e esquerdistas pérolas que correm assim: “você se diz um liberal, mas o seu paraíso é os Estados Unidos, o governo americano”. Essa pérola é uma daquelas que aparece quase como um coringa e traz consigo uma distorção comparativa.
Pois é. É inevitável. Em algum momento do diálogo aparecerá na discussão esta frase padrão que insinua ao inconsciente coletivo político que os liberais possuem compromisso com o governo americano, o que não corresponde a realidade.
Mesmo falsa, a associação comentada possui uma explicação evidente: os Estados Unidos são percebidos, como o lar do capitalismo mundial, o que podemos chamar de meia verdade, pois no ranking de liberdade econômica da “Heritage Foundation” os americanos aparecem apenas na 12ª posição. Neste mesmo ranking aparecem países latino-americanos como o Chile, com maior apreço à liberdade de mercado. Mas, ainda que os Estados Unidos aparecessem na dianteira do mundo, isso não muda o que está em jogo.  Assim, o que diz respeito ao governo americano não diz respeito ao liberalismo.
Associado a isso, vem outra ideia distorcida como a denúncia conspiracionista de que organizações ou publicações liberais são financiadas pelo governo americano ou por grandes empresas americanas para desestabilizar o cenário político brasileiro e provocar a privatização de empresas. Este comentário acaba por ser risível, pois, não é preciso receber dinheiro algum para atestar a necessidade de privatizações por aqui.
Outra pérola é quando o interlocutor diz: “você se diz liberal mais usa o serviço público”. Ou seja, para um esquerdista se um liberal utiliza, por exemplo, a rua, uma delegacia de polícia ou uma Universidade pública é como se fosse um sacrilégio (pecado grave contra a religião ou contra as coisas sagradas). Porém, os liberais, como qualquer outro mortal, pagam os seus impostos. É preciso perceber que os liberais não vivem num universo alternativo, em que podem simplesmente optar por não escolher conviver com o Estado. Portanto, há uma opção incoerente na argumentação. Será que seria interessante aos liberais pagarem pelas universidades públicas e não utilizá-las? Algo grotesco não? É como se fosse possível foçar os antiliberais a não utilizarem os serviços prestados pela iniciativa privada. Simplesmente, não faz sentido!
Outro ponto que sempre aparece nas conversas é essa pérola: “o seu partido é o PSDB”.
Pois é. Qual liberal nunca foi chamado de tucano? O PSDB é quase sempre a resposta para todas as lacunas. Como vemos, no fundo, tudo se transcorre para construir um discurso que finalmente leve a simpatias pelos tucanos. Os esquerdistas não possuem a menor simpatia pelas ideias liberais, e como não poderia ser diferente, não possui a simpatia dos liberais.
Simples assim. Tudo isso para se ouvir quase sempre a abstração de neoliberais, o que é outra bobagem.
Para se entender melhor, o PSDB é um partido de centro-esquerda, social democrata. Embora mais ao centro que o PT partido de esquerda que usa como fachada o título de trabalhadores, porém, nada existe de trabalho ou trabalhismo em sua concepção.
Clareando as conversas podemos dizer que o PSDB jamais praticou qualquer espécie de liberalismo ou ainda de neoliberalismo, seja lá o que se quer dizer com isso, enquanto esteve no poder.
Assim a crítica dos liberais ao atual governo não se dá por conexão aos tucanos, mas porque entendem que o Partido dos Trabalhadores segue na completa contramão daquilo que o liberalismo defende e se utiliza do sucateamento do comunismo travestido de “bolivarianismo” como projeto de partido e de poder. 

Conversa com Esquerdista

Na semana passada falamos da tentativa dos esquerdistas de se colocarem como exclusivistas na defesa aos mais pobres o que, em realidade, não corresponde à verdade, o que somente faz enganar os menos avisados.
Hoje vamos falar de mais duas pérolas dos esquerdistas.
Assim, é muito frequente em conversas com os esquerdistas ouvir o chavão: Você defende o interesse dos mais ricos.
Pois é, esse é mais um discurso que qualquer liberal já ouviu inúmeras vezes, o qual trás a falsa ideia de que o liberalismo defende os interesses dos mais ricos.
Paremos e pensemos. Caso você seja um empresário bem sucedido que emprega milhares de pessoas e mantem um alto padrão de vida por desenvolver esse trabalho, qual o seu interesse em seu negócio? É de que ele possa prosperar e abocanhar a maior fatia do mercado para defender o seu patrimônio e o seu negócio – afinal de contas isso se traduz em sucesso do empreendimento.
Agora, diga com sinceridade. Qual cenário você prefere aqui: um cenário ao qual diminua os impostos e a burocracia do país, para que em pouco tempo você receba um concorrente que diminua a sua participação no mercado, ou um cenário que mantenha o mercado fechado, sem concorrência? Evidentemente que há empresários que apostarão suas fichas num cenário economicamente mais livre por suas próprias consciências e outros que buscarão essa liberdade porque não se sentem prejudicados na busca pelas primeiras posições. Porém, incentivos econômicos apenas aos que são realmente grandes levam ao intervencionismo, não ao livre mercado.
Não é uma coincidência que tantas empresas se aproximem de diversos governos ao redor do mundo para fazer lobby (pressão de um grupo organizado sobre políticos e poderes públicos na defesa de seus interesses). É isso que operadoras de telefonia fazem contra o “WhatsApp”. É isso que os grandes cartéis de táxi fazem contra o “Uber”. É isso que operadoras de televisão por assinatura fazem contra a “Netflix”. E por aí vai.
Para um liberal, o Estado é um grande agregador de poder, porém, através dele, políticos dos mais diferentes partidos costumam se aproximar do capital econômico para a construção de seu capital político. Daí grandes empresários ajudam a alimentar a roda, em busca do cálice de ouro.
Há alguns séculos, o mundo ocidental construiu o laicismo, ou seja, a ideia de que não cabe à religião se meter nos assuntos de Estado. E por analogia o Estado deve ficar separado da economia, pois sem isso, os grandes empresários do mercado permanecerão exercendo suas influências através do governo e cobrando caro por suas moedas de troca.
Outro jargão muito comum aos esquerdistas é dizer que “você é um reacionário”.
Assim, da mesma forma que o inconsciente coletivo político tende a “entregar” o monopólio da preocupação pelos mais pobres à esquerda, o mesmo ocorre em relação às minorias.
Acontece que o liberalismo não é apenas uma filosofia econômica, é também uma filosofia política. Para um liberal, o livre mercado é incompatível com um cenário com restrições à liberdade individual.
Assim, os liberais também defendem as bandeiras das minorias. Concorda com o direito de as pessoas seguirem a religião que bem entenderem, ou mesmo o direito das pessoas não seguirem religião alguma. E defende o direito à propriedade.
O mercado é um lugar onde ocorrem interações voluntárias entre pessoas dos mais diferentes tipos. E nele, cabe às pessoas qualquer julgamento. Seja apoiar ou boicotar uma empresa que abrace ou critique aquela causa social que você dá tanta importância. Seja montar uma empresa para atender os interesses de uma minoria em especial. Já os esquerdistas tentam fazer com que as pessoas pensem iguais a eles.
Assim, cada um no seu quadrado, lembrando que os esquerdistas sempre trazem contigo aquela imagem da esquerda reacionária a qual se identifica a própria ignorância a respeito de coisas que lhe são estranhas, principalmente, por desconhecimento. Isso mina o relacionamento e, por conseguinte, o crescimento das discussões.
Pense nisso!