O
comportamento dos esquerdistas em relação aos liberais em conversas do
cotidiano parece ter o sentido de apenas adicionar confusão aos ouvidos dos menos
avisados em relação aos truques de linguagem, meias verdades e inverdades as quais
eles cometem nas discussões e, que por isso mesmo, acabam por ser infrutíferas
ao pensamento humano e parece ter como objetivo claro influenciar negativamente
as pessoas.
Desta
forma aparecem durante o diálogo entre liberais e esquerdistas pérolas que
correm assim: “você se diz um liberal, mas o seu paraíso é os Estados Unidos, o
governo americano”. Essa pérola é uma daquelas que aparece quase como um
coringa e traz consigo uma distorção comparativa.
Pois
é. É inevitável. Em algum momento do diálogo aparecerá na discussão esta frase
padrão que insinua ao inconsciente coletivo político que os liberais possuem
compromisso com o governo americano, o que não corresponde a realidade.
Mesmo
falsa, a associação comentada possui uma explicação evidente: os Estados Unidos
são percebidos, como o lar do capitalismo mundial, o que podemos chamar de meia
verdade, pois no ranking de liberdade econômica da “Heritage Foundation” os
americanos aparecem apenas na 12ª posição. Neste mesmo ranking aparecem países
latino-americanos como o Chile, com maior apreço à liberdade de mercado. Mas,
ainda que os Estados Unidos aparecessem na dianteira do mundo, isso não muda o
que está em jogo. Assim, o que diz
respeito ao governo americano não diz respeito ao liberalismo.
Associado
a isso, vem outra ideia distorcida como a denúncia conspiracionista de que
organizações ou publicações liberais são financiadas pelo governo americano ou
por grandes empresas americanas para desestabilizar o cenário político
brasileiro e provocar a privatização de empresas. Este comentário acaba por ser
risível, pois, não é preciso receber dinheiro algum para atestar a necessidade
de privatizações por aqui.
Outra
pérola é quando o interlocutor diz: “você se diz liberal mais usa o serviço
público”. Ou seja, para um esquerdista se um liberal utiliza, por exemplo, a
rua, uma delegacia de polícia ou uma Universidade pública é como se fosse um
sacrilégio (pecado grave contra a religião ou contra
as coisas sagradas). Porém, os liberais, como qualquer outro mortal, pagam os
seus impostos. É preciso perceber que os liberais não vivem num universo
alternativo, em que podem simplesmente optar por não escolher conviver com o
Estado. Portanto, há uma opção incoerente na argumentação. Será que seria
interessante aos liberais pagarem pelas universidades públicas e não utilizá-las?
Algo grotesco não? É como se fosse possível foçar os antiliberais a não
utilizarem os serviços prestados pela iniciativa privada. Simplesmente, não faz
sentido!
Outro ponto que
sempre aparece nas conversas é essa pérola: “o seu partido é o PSDB”.
Pois é. Qual liberal
nunca foi chamado de tucano? O PSDB é quase sempre a resposta para todas as
lacunas. Como vemos, no fundo, tudo se transcorre para construir um discurso que
finalmente leve a simpatias pelos tucanos. Os esquerdistas não possuem a menor
simpatia pelas ideias liberais, e como não poderia ser diferente, não possui a simpatia
dos liberais.
Simples
assim. Tudo isso para se ouvir quase sempre a abstração de neoliberais, o que é
outra bobagem.
Para
se entender melhor, o PSDB é um partido de centro-esquerda, social democrata.
Embora mais ao centro que o PT partido de esquerda que usa como fachada o
título de trabalhadores, porém, nada existe de trabalho ou trabalhismo em sua concepção.
Clareando
as conversas podemos dizer que o PSDB jamais praticou qualquer espécie de
liberalismo ou ainda de neoliberalismo, seja lá o que se quer dizer com isso,
enquanto esteve no poder.
Assim
a crítica dos liberais ao atual governo não se dá por conexão aos tucanos, mas
porque entendem que o Partido dos Trabalhadores segue na completa contramão
daquilo que o liberalismo defende e se utiliza do sucateamento do comunismo travestido
de “bolivarianismo” como projeto de partido e de poder.