É comum no imaginário
brasileiro a idéia de que investidores bem-sucedidos são aqueles que fazem uma
aplicação inicial e a mantém por um longo período de tempo.
Ainda que haja
certa verdade por trás de tal crença, ela conta apenas uma parte da história de
sucesso de alguns investidores.
Na realidade,
patrimônios significativos oriundos de aplicações financeiras têm duas origens:
a manutenção da aplicação original e o efeito da rentabilidade, principalmente,
dos juros compostos (juros sobre juros), aliado a aplicações periódicas feitas
com disciplina.
O efeito da
capitalização (juros sobre juros) dos rendimentos, via de regra é subestimado
pela grande maioria dos investidores. Se tais ganhos são reinvestidos e sobre
eles também incide a rentabilidade observada pela carteira no período seguinte,
à medida que o tempo passa a contribuição desse componente para a evolução do
patrimônio do investidor ganha importância crescente. No entanto, temos uma
tendência natural a subestimar esse impacto, uma vez que esse processo segue a
lógica de uma função exponencial, por trás da qual há uma dinâmica de
crescimento a taxas crescentes e de difícil visualização para a maioria dos
investidores.
Para termos uma
idéia melhor do impacto dos rendimentos compostos, imagine uma aplicação “A” de
R$ 10 mil com retorno de 10% ao ano e outra “B” do mesmo valor, mas com retorno
anual de apenas 9%. A diferença de rendimentos entre as duas aplicações é de R$
100,00 no primeiro ano e de R$ 219,00 no segundo ano, portanto, mais que o dobro
em apenas dois anos.
Imagine então o
impacto desse efeito para investimentos que são mantidos por 5, 10, 20 ou mais
anos. Esse fenômeno será tão mais relevante quanto maiores forem os juros e o
horizonte de tempo ao longo do qual for mantido o investimento.
Assim, pequenas diferenças
de valores hoje, no curto prazo, podem resultar em grandes variações no
patrimônio do investidor no longo prazo.
O investidor
consciente deve estar atento ao fato de que a capitalização composta desempenha
um papel mais importante do que nossa intuição sugere. Isso implica que, quando
se trata de formar patrimônio por meio de investimentos financeiros – seja qual
for o destino de tais recursos, como a aquisição de um imóvel, comprar um veículo
novo ou preparar a aposentadoria -, o melhor é começar o mais cedo possível.
Como diria
“Abraham Lincoln” com toda a sua sabedoria: “não criarás a prosperidade se
desestimulares a poupança. Não fortalecerás os fracos se enfraqueceres os
fortes. Não ajudarás o assalariado se arruinares aqueles que o pagam. Não
estimularás a fraternidade humana se alimentares o ódio de classes. Não
ajudarás os pobres se eliminares os ricos. Não poderás criar estabilidade
permanente baseada em dinheiro emprestado. Não evitarás dificuldades se
gastares mais do que ganhas. Não fortalecerás a dignidade e o ânimo se
subtraíres ao homem a iniciativa e a liberdade. Não poderás ajudar os homens de
maneira permanente se fizeres por eles aquilo que eles podem e devem fazer por
si próprios”.