domingo, 13 de junho de 2010

O Futebol e os Investimentos

Nestes tempos de copa podemos fazer várias analogias do mercado financeiro com o futebol que todos gostamos.
Assim, podemos perguntar: o que a escalação da seleção brasileira tem haver com a escolha de ativos de uma carteira de investimentos? Pode parecer uma brincadeira, mas na realidade tem muita coisa em comum, como implicações práticas bem interessantes.
O técnico Dunga escolheu uma seleção basicamente baseado nos serviços prestados por seus jogadores, lá atrás, em preparações e competições que, aliás, foram toas ganhas. O que numa terminologia financeira, podemos chamar de rentabilidade passada dos jogadores que acabou influenciando na decisão do treinador na atual convocação do time. No futebol é assim: sempre se convoca os melhores jogadores da atualidade e quase sempre dá certo.
Financeiramente ao se vislumbrar uma carteira de investimentos, essa estratégia se torna um grande erro, numa hipótese de replicação desse processo, pois, na ótica financeira existe uma máxima que diz: o que rendeu bem no passado, não é garantia de rendimento agora ou no futuro!
Então qual é a melhor forma de escolher os ativos de uma carteira? Podemos dizer que existem várias formas de se fazer isso, mas a principal delas, sob essa perspectiva, é considerar o que está por vir, ou o que vem pela frente. Assim, não nos interessa se o CDI, (certificado de depósito interbancário) foi um grande negócio no Brasil quando os juros estavam em 26% ou 40% ao ano. Agora estamos em cenário diferente e isso é o que se deve considerar.
Há, portanto, várias formas de se analisar um investimento. Sem entrar em cada um especificamente, podemos dizer que a idéia é começar do micro, a partir daquele ativo (aplicação) específico e depois ir abrindo e partir para o cenário macroeconômico ou fazer o contrário, começar do cenário macro e ir para o micro, sempre olhando pra frente, nunca olhando o que aconteceu lá atrás.
Voltando para o futebol. Muitos analistas de futebol comentam hoje sobre como a nossa seleção ficaria em caso de haver algum problema com o Kaká? Outros perguntam se ficamos muito dependentes dele? Assim cabe a pergunta se isso tem haver com os investimentos?
De novo: tem tudo haver. Primeiro porque se um aplicador concentrar demais suas expectativas num determinado ativo, no caso um jogador, você pode correr riscos desnecessários. Se o Kaká se machucar por lá não existe um jogador com suas características. A mesma coisa acontece se um aplicador concentrar demais em um único investimento – aquela história de você colocar todos os ovos na mesma cesta. Se sua cesta quebrar você vai perder tudo aquilo. O ideal então é que o investidor sempre considere cenários alternativos. Ou seja, se o Kaká se machucar o que acontece com a minha seleção? É preciso estar sempre com uma postura crítica, cética mesmo, sobre sua escolha. Outra questão é: e se eu estiver errado em minha escolha ou com minhas perspectivas? E se algo der errado com o Kaká? Assim, tanto um treinador como um investidor deve ter uma postura científica, olhar para a sua carteira e perguntar: e se eu estiver errado em meus investimentos? Então é essa a questão, de ser cético em relação as suas apostas e diversificar os seus investimentos. Talvez tenha faltado essa percepção ao treinador Dunga, o que a imprensa cobrou muito e com certa razão.
Isso é o que chamamos financeiramente de hedge (proteção) de investimentos. Assim, como que o hedge pode nos ajudar a proteger nossa carteira de investimentos?
É o que estávamos dizendo sobre o ceticismo em relação as suas crenças. Às vezes se tem uma expectativa e uma expectativa não necessariamente pode se confirmar. Então o que se faz normalmente é travar o seu posicionamento futuro. Por exemplo: se você tem uma dívida em dólar – se o dólar subir muito a sua dívida vai explodir também. Então o que você faz? Você tem um artifício no mercado futuro de travar o dólar que você vai pagar lá na frente, fazendo uma operação contrária. Assim você estará se protegendo de uma variação cambial. Isso é somente um exemplo. Existem vários outros tipos de hedge que se pode fazer, o mais intuitivo é o de câmbio. Porém qualquer espécie de seguro, também não deixa de ser um hedge.
Assim o investidor está se protegendo de um cenário adverso de alta do dólar ou de um sinistro através de um seguro, como o de um automóvel, por exemplo. A idéia é essa, que você consiga minimizar seus riscos através de uma proteção. Isso é o hedge.
No futebol é preciso analisar o perfil do adversário. Como é que ele joga. Qual é o melhor jogador para se marcar para impedi-lo em sua progressão no jogo, etc.
Já no mercado financeiro, sem dúvida, existem investidores de diversos perfiz – alguns mais ávidos querendo ganhos no curtíssimo prazo, outros com horizontes mais longos de ganhos, etc.
Dentro deste contexto, a primeira coisa que um investidor deve saber, quando se dispõe a fazer um investimento, é saber o que ele está buscando. Se, se é um investidor de curtíssimo prazo, está mais sujeito ao fluxo de mercado e assim como a de sua sorte.
Caso queira fazer prevalecer sua inteligência de mercado, o quanto o investidor sabe mais, que os outros, o que você estudou. Então terá que expandir o seu horizonte. Terá que entender qual o seu perfil de investidor e a partir daí tomar suas decisões com mais propriedade.
É importante para investidores iniciantes e também para aqueles que já tenham conhecimento de mercado, enxergar e reconhecer as suas limitações. Se a pessoa é iniciante ela deve reconhecer que é iniciante e buscar educação financeira, através de especialistas ou por conta própria. Atualmente existem milhares de cursos sendo oferecidos – uns de qualidade – outros nem tanto. Pesquisar então quais são os melhores cursos é uma alternativa ou procure um bom analista.
Para quem já é um investidor mais veterano de mercado sugere-se que seja fiel às suas características. Por exemplo: se é bom em renda fixa não vai inventar de fazer um “day-trade”(combinação de operações de compra e de venda realizadas por um investidor com o mesmo título em um mesmo dia) em ações e vice-versa. Se a habilidade da pessoa é “day-trade” em ações, não tente fazer alguma outra coisa, pois pode se dar mal. Procure explorar suas potencialidades, assim suas chances serão maiores.
É importante então conhecer seu perfil de investidor, assumir riscos de acordo com ele e sempre diversificar a sua carteira de investimentos.
Boa sorte!

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