O Vale do
Silício na Califórnia, Estados Unidos, fica na região da baía de São
Francisco onde estão situadas diversas empresas de altíssima tecnologia ligadas
à eletrônica, circuitos eletrônicos e informática, dentre muitas outras;
respectivamente, nas cidades do estado da Califórnia, como Palo Alto, São São
Francisco e Santa Clara, estendendo-se até os subúrbios de São José.
Desde o início, no
século XX, o Vale se tornou o território de empresas de alta tecnologia, que
alinhadas à Universidade de Stanford através de forte sentimento de
solidariedade regional pode acompanhar a ascensão empresarial da região onde a própria
Universidade teve papel fundamental ao desenhar os primeiros cinquenta anos de
desenvolvimento do que hoje chamamos de Vale do Silício.
Durante os anos quarentas
e cinquentas, Frederick Terman, engenheiro e reitor da Universidade de
Stanford, incentivou professores e graduados a começar suas próprias empresas.
Ele estimulou a criação da HP, da Varian Associates, e de outras empresas de
alta tecnologia, até que o Vale do Silício cresceu em torno do campus de
Stanford. Por isso, Frederick Terman é muitas vezes chamado de "o pai do
Vale do Silício".
Durante os anos
de 1955 a 1985, foi desenvolvida na Universidade de Stanford uma pesquisa denominada
“tecnologia do estado sólido” a qual resultou em três ondas de inovação
industrial, que se materializou graças ao apoio maciço de empresas privadas, como
a Bell Telephone Laboratories, a Shockley Semiconductor, a Fairchild
Semiconductor, e a Xerox PARC (Palo Alto Research Center).
Em 1969, o SRI (hoje
Stanford Research Iinstitute International), atuou nos obstáculos originais que
compunham a ARPANET (Rede de Agência para Projetos de Pesquisas Avançadas), ou
seja, a antecessora da Internet.
Em 2006, o The
Wall Street Journal descobriu que 12 das 20 cidades mais inovadoras da
América estavam na Califórnia e, que dez delas, pertenciam ao Vale do
Silício. O jornal trouxe na liderança San Jose com 3.867 patentes de utilidades
depositadas em 2005, seguida pela cidade de Sunnyvale, com 1.881 patentes de
utilidades depositadas.
As principais
empresas do Vale do Silício são: Adobe Systems; Apple inc.; eBay; Google; Intel;
Yahoo; Facebook; HP; Netflix; Oracle Corporation, dentre outras.
Porém, existem outras
empresas que mantêm suas sedes em outras localidades, mas marcam presença
significativa no Vale do Silício como a Amazon.com, com sede em Seattle no
estado de Washington; a Dell com sede em Round Rock no Texas; a Microsoft, com
sede em Redmond, no estado de Washington; a Nokia, com sede em Espoo, Finlândia;
a Panasonic, com sede em Osaka, Japão; a Philips, com sede em Amsterdã, Holanda;
a Samsung Electronics, com sede em Seul, Coreia do Sul; dentre muitas outras.
As principais
empresas do Vale do Silício estão localizadas em várias cidades no eixo do Vale
como Campbell, Cupertino, Fremont, Los Altos, Los Gatos, Newark, Palo Alto, San
Jose, Santa Clara, Saratoga, Sunnyvale, Union City, dentre outras, que por sua
vez estão interligadas às grandes universidades como University of Stanford, Carnegie
Mellon University, Universidade Estadual de San Jose e Universidade de Santa
Clara. Sendo que outras Universidades como a California State University das
cidades de Davis e Santra Cruz, não estão localizadas no Vale do Silício, mas funcionam
também como fonte de avançadas pesquisas.
Os fatores
predominantes que impulsionaram a região estão ligados à Segunda Guerra Mundial e
à Guerra Fria, pela necessidade de produção de armas e a construção de aviões
de caça, onde as indústrias eletrônicas instaladas no Vale do Silício, se tornaram
as fornecedoras de todo material utilizado para estas fabricações.
Outros fatores marcaram
a aglomeração das empresas no Vale do Silício como modelos acessíveis de
financiamentos para projetos de tecnologia, chamados de “Startups
Companies”.
Conhecido como a Meca
da inovação, o Vale do Silício possui uma geografia privilegiada e não poupa
esforços nas questões de reinvenção e viabilização de novas ideias, focadas em
muito conhecimento e amplos investimentos.
Com uma cultura
totalmente voltada à inovação e ao empreendedorismo, essa região da Califórnia,
nos Estados Unidos deve ser fonte de inspiração e tendências para empreendedores
do mundo todo, dado a concentração de muitos investimentos para a criação e
expansão de empresas disruptivas, capazes de revolucionar os mercados mundiais.
Assim, com seu
potencial tecnológico e reunião de empresas com elevada capacidade de
crescimento e lucratividade, a região se apresenta como forte atratora de
profissionais de alta performance de todo o mundo, fortalecendo ainda mais a
sua já existente diversidade cultural. E por ser o nascedouro de negócios de
alto impacto, o Vale do Silício recebe investimentos de vários países do mundo,
o que fortalece cada vez mais o empreendedorismo e a inovação empresarial, fazendo
da região um dos maiores Centros de Tecnologia do planeta.
Existem outras razões
pelas quais o Vale do Silício é tão bem sucedido como o de ser um centro de
conhecimento, de oportunidades, de capital financeiro e de investimentos; além
de reunir e integrar grandes talentos e profissionais de altíssimas habilidades,
procurados à lupa pelo mercado global; tornando o Vale do Silício pródigo em
Capital Humano.
Dados analíticos do
“Silicon Valley Institute for Regional Studies”, em 2016, mostram que 37% da
população do Vale do Silício era composta por imigrantes de todos os cantos do
mundo, inclusive brasileiros.
Assim a
diversidade cultural e humana do Vale se torna importante por trazer um
ambiente plural, com pessoas de diferentes culturas, com hábitos diversos e,
que por isso mesmo, promove a criação de ideias ainda mais inovadoras, com
abertura para experimentar e aceitar coisas novas, facilitando a adaptação e
aceitação de soluções inovadoras ao próprio mercado.
Desse modo, com
tanta diversidade e propensão a testar o novo, resulta em pouca resistência a
inovações. Pois, mesmo que uma ideia pareça absurda, ela será aceita e
discutida, mostrando por que tantas empresas disruptivas nasceram lá.
Todo esse formato
tem impactado os empreendedores do mundo inteiro, motivando-os a acreditar em
ideias que fogem da normalidade, quebram paradigmas e trazem resultados
extraordinários.
Como o
ecossistema do Vale do Silício é marcado por uma forte cultura empreendedora, o
que mais se destaca é a colaboração entre os profissionais que buscam por
oportunidades e propósitos e, para criar negócios, aderem à troca de ideias e à
cooperação.
Nesse sentido, os
empreendedores tendem a compartilhar suas ideias com um grupo mais amplo,
inclusive com competidores potenciais. Eles estão sempre dispostos a
compartilhar uma expertise valiosa de negócio. Isso acontece, porque na região,
o empreendedorismo está diretamente relacionado à criação de propósitos e
ideias que podem mudar o mundo. Além disso, existe abertura em relação aos
erros.
Outro fato
determinante para o desenvolvimento do Vale do Silício é que as Universidades
de Stanford e Berkeley, estão no epicentro do Vale e oferecem centenas de novos
empreendedores e mentes talentosas da tecnologia para as empresas locais a
cada ano. Por isso, é natural que a região concentre as novidades do
empreendedorismo e da tecnologia, incluindo ideias de negócio lucrativos e
sustentáveis.
Em artigo para
a revista “The Balance”, Larry Alton (consultor de negócios) aponta que o
sucesso do Vale do Silício se deve à junção entre a área acadêmica, o setor
privado e o governo. Assim, esses três setores importantes convergem juntos
para a criação de um ambiente que inexiste em outro país no mundo.
Mas qual a
importância do Vale do Silício?
O Vale do Silício
é importante porque consiste no berço das inovações em tecnologia e dos negócios
disruptivos que nascem nos Estados Unidos e seguem para o mundo; e porque é o
local onde prosperam as tendências de produtos e negócios que, mais tarde,
serão seguidos por empresas e segmentos diversos em outras partes do globo.
Dados pesquisados
pela Consultoria “Price waterhouse Coopers”, informam que os financiamentos
de negócios do Vale do Silício aumentaram, sistematicamente, em 2018 em
comparação com anos anteriores.
Em números absolutos, os financiamentos para a região, no terceiro trimestre de 2018, alcançou a marca de US$ 4,8 bilhões.
Em números absolutos, os financiamentos para a região, no terceiro trimestre de 2018, alcançou a marca de US$ 4,8 bilhões.
Nesse cenário,
muitos fundos de investimento vasculham o ecossistema das startups para encontrar
o próximo “unicórnio” (termo usado para identificar empresas desse tipo que são
avaliadas em US$ 1 bilhão).
Assim, de um
lado, as startups precisam de dinheiro para tirar suas ideias do papel e crescer.
E de outro, os investidores que buscam multiplicar seu capital no curto prazo. Daí
surgem os “rounds” (rodadas) de financiamento para os negócios promissores.
Em troca, os investidores se tornam sócios das empresas e podem ver seu dinheiro se evaporar ou crescer em pouco tempo, dependendo do desempenho empresarial das startups.
Em troca, os investidores se tornam sócios das empresas e podem ver seu dinheiro se evaporar ou crescer em pouco tempo, dependendo do desempenho empresarial das startups.
E quanto o Brasil
tem a aprender com o Vale do Silício?
Um dos principais
aprendizados que o Brasil pode absorver do Vale do Silício é o seu modelo
de gestão. Ou seja, no Vale do Silício, a mentalidade predominante é a de que
as empresas não precisam ter medo de errar, desde que aprendam com cada um dos
seus fracassos.
O empresariado do
Vale do Silício considera que é melhor testar um produto rapidamente, mesmo que
não esteja perfeito, para verificar se ele tem potencial no mercado.
O resultado disso
é uma economia de tempo e dinheiro para reformular um produto sem
potencial ou, então, seguir com o projeto.
Essa cultura
ainda não é forte entre as empresas brasileiras. Por aqui muitos empreendedores
acreditam que o produto ou serviço precisa estar perfeito antes de ser testado
no mercado, mesmo que leve muito tempo para que isso aconteça.
Além da gestão,
precisamos compreender os modelos de financiamentos; a integração entre
universidades e o meio empresarial; a promoção e integração de grandes talentos
em ambientes colaborativos, e, principalmente, proporcionar a junção entre a
área acadêmica, o setor privado e o setor governo em prol de empreendimentos
grandiosos, buscando assim, excelência empresarial e gigantescos resultados.
Desse modo, assumir
o Vale do Silício como referência empresarial é uma forma inteligente de se
manter sempre bem atualizado no que há de mais interessante em inovações e nos mais
surpreendentes acontecimentos empresariais do mercado global.