O
Brasil tem insistido no amadorismo enquanto países do chamado primeiro mundo
buscam esforços para consolidar e aplicar todo o conhecimento científico disponível
até o ano 2.000.
Assim,
enquanto a defasagem de conhecimento científico do mundo desenvolvido, digamos,
é de apenas 16 anos, a defasagem brasileira vai além de meio século, agora
implodido com o projeto criminoso de poder.
Por
outro lado, com previsão de déficit orçamentário (gastos maiores que a
arrecadação) de R$ 30,5 bilhões, o governo brasileiro busca corrigir o rombo com
a volta da CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - com
arrecadação estimada em R$32 bilhões, o que se tornaria o nosso 93º (nonagésimo
terceiro) imposto.
Pela
proposta governamental a CPMF teria uma alíquota de 0,20%, porém, o próprio governo
pressiona os governadores para aprovação no Congresso dessa medida com elevação
da alíquota para 0,38%, ou seja, 0,18% a mais de arrecadação para atender
estados e municípios.
A
CPMF é um dos piores impostos que existem, pois, incide sobre todas as
operações financeiras por movimentação bancária. Ou seja, é cobrada toda vez
que alguém sacar dinheiro, transferir recursos, fazer pagamento de contas
pessoais, fazer aplicações financeiras. A CPMF é um imposto cobrado diversas
vezes de acordo com o número de transações bancárias que o cidadão fizer. E como
ele é um tributo cumulativo atinge toda a cadeia produtiva.
Imagine
um produtor qualquer. Toda vez que ele receber dinheiro pela venda de seus
produtos ou materiais, e for movimentá-lo, pagará o imposto. Quem, por sua vez,
comprar os produtos desse produtor também pagará a CPMF pelo dinheiro enviado.
Ao pagar os empregados cada uma dessas empresas vai pagar o imposto novamente,
e os empregados pagarão o imposto toda vez que movimentar o seu salário
recebido. Isso é tecnicamente o que se chama de imposto em cascata.
Por
esse motivo pode haver desestímulo da produção, principalmente, das pequenas
empresas que mesmo com maior custo, não poderão repassar seus custos para os preços
deliberadamente. Isso acabará impactando no salário e nos investimentos de
empresas e pessoas. O capital vai se concentrar ainda mais nas grandes empresas
e desestimular os pequenos empresários, ainda mais num cenário de retração
generalizada da economia onde a demanda está impactada.
Outro
lado da questão é saber se os impostos vão aumentar ou não a arrecadação do
governo. Em tese quanto mais se cobrar em impostos mais arrecadação o ente terá.
Porém,
pensando racionalmente, se o imposto fosse de 80% por exemplo, isso
desestimularia a produção e o trabalho, já que seria caro demais produzir e não
valeria a pena ficar com apenas 20% da sua renda trabalhando pelo mesmo esforço
de tempo.
Por
outro lado, utilizando o conhecendo da Curva de Laffer, diríamos que acorre
exatamente o contrário. Aumenta o imposto, diminui a arrecadação.
Um
exemplo bem sucedido da aplicação da Curva de Laffer ocorreu nos Estados Unidos
da América nos anos oitentas, no Governo de Ronald Reagan.
Quando
Reagan chegou ao poder em 1981, a alíquota mais alta de imposto era de 70%. No
final de seu governo, em 1989, a alíquota de imposto do país caiu para 28% o
que fez a arrecadação em impostos subir em 75%.
No
mundo globalizado e competitivo, emprego, capital e riqueza tendem a migrar
para lugares com tributação mais baixa.
No
próprio EUA foram desenvolvidos estudos sobre a migração doméstica de recursos
financeiros em relação aos impostos cobrados. Assim, entre 2002 e 2012 houve
imigração de um milhão de pessoas para o Texas, onde não se cobra imposto de
renda, enquanto, que a Califórnia que é o 12º maior estado em cobrança de
impostos perdeu um milhão e meio de pessoas no mesmo período.
É
preciso entender que o aumento de impostos nem sempre é a solução para melhorar
a arrecadação. É fundamental que, primeiramente, se melhore a eficiência do
gasto público que corrói milhares de reais em impostos dos brasileiros.
Lembremos
que o governo brasileiro abocanhou em 2015, 41,37% do PIB em impostos, o maior
da América latina e próximo dos países desenvolvidos.
Assim,
é indispensável que haja estímulo à produção com geração de riqueza e emprego e
menores impostos.
Fica
a pergunta: será que precisamos mesmo de mais impostos?