Não será em 2015
que a economia brasileira irá se recuperar do mau desempenho dos últimos anos.
Dados do IBGE
mostram um crescimento ridículo de 0,1% do PIB em 2014, mostrando-nos que a
economia brasileira não andou no ano passado o que, invariavelmente, reflete em
desaceleração econômica e, por isso, já provoca queda nas contratações e
começam a acontecer demissões na indústria e na construção civil.
A previsão é que
o mercado de trabalho fique estagnado neste ano, com a taxa de desemprego na
casa de 7,1%, acima da média da América Latina (6,8%), segundo estimativa da
Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Assim, o ritmo da
economia contrasta com o desejo do brasileiro de mudar de emprego em busca de
mais satisfação ou valorização profissional.
De acordo com
pesquisas setoriais com 8.500 profissionais de nível superior, 79,17% dos
entrevistados disseram almejar uma nova oportunidade neste ano — ante 76,7% na
edição anterior do levantamento; e 67,7% dos entrevistados disseram ter
planos de buscar uma nova vaga em 2015, mesmo que haja incertezas no ar,
considerando abrir mão de lugares onde se sentem estagnados, contrapondo a uma postura mais austera das empresas. Assim, aquelas que não pretendem aumentar o quadro de trabalho eram 39% no
começo de 2014, ante 44% agora em 2015.
Dai aqueles que
forem tentar uma nova vaga deve se preparar para uma maior concorrência, pois quando
a economia está estagnada, as empresas fazem uma seleção mais criteriosa, que
se alonga e envolve mais candidatos à vaga.
Alguns
profissionais poderão ter mais chances. É o caso dos cargos técnicos e gerenciais,
considerados importantes para obter maior eficiência e produtividade num ano de
recursos mais magros.
Num cenário como
o atual as competências valorizadas pelas corporações se alteram. Em momentos
de crise, o que os empregadores mais valorizam é a capacidade de adaptação do
profissional. Assim o candidato precisará demonstrar ter muita energia, pois
será um ano que vai exigir muito do aspecto físico, do aspecto mental e da
capacidade emocional dos profissionais, pois precisarão mostrar resultados. É
preciso saber se comunicar bem, trabalhar em equipe e considerar um desempenho
multidisciplinar.
Os candidatos não
devem contar com aumentos de salário substanciais se quiserem migrar para
outras empresas. De um modo geral, as transições estão ocorrendo com um
incremento salarial de 10%, afirmam especialistas.
Já nos níveis
executivos, as empresas têm tentado contrabalançar a proposta salarial que
resulta em crescimento das despesas fixas na folha de pagamentos com benefícios
e bônus atrelados aos resultados. Na composição do pacote de ganhos anual, 50%,
tem sido através de remuneração variável, tendência que deve manter-se.
Especialistas
aconselham, portanto, que o salário não deva ser o principal motivo para a
busca de um novo trabalho. O candidato deverá avaliar se o novo emprego agrega
experiência para a sua carreira e se a empresa para onde deseja ir tem
condições de crescer e permanecer no mercado.
Sucesso!