A América Latina
constituída por países de línguas derivadas do Latim se compõe de 20 países:
Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador,
Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru,
República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
A região não é
pequena, é composta por 600 milhões de habitantes e a totalidade dos países são
subdesenvolvidos, apesar da
ostentação de certas nações por serem industrialmente e tecnologicamente mais avançadas.
Quem controla o avanço industrial e tecnológico na
grande maioria dos países latino-americanos é o capital transnacional
ou capital estrangeiro, como é o caso de Brasil, México e Argentina,
países de maior expressão na região. Assim, a economia da maioria dos países da
América Latina provém da agricultura que
se baseia na primitividade de técnicas e numa desigualdade de distribuição
de terras,
que sempre dá privilégio aos grandes proprietários.
A maior presença da população ativa se encontra no setor
primário (agricultura, pesca e pecuária) que é
um dos elementos que caracterizam o grau de desenvolvimento da região. Somente
alguns países apresentam significativas parcelas da população economicamente
ativa no setor secundário (indústria e construção civil), porém é o setor
terciário, de prestação de serviço que mais tem crescido em quase todos os
países latino-americanos.
Em geral os
países latinos, são dependentes da exportação de commodities agrícolas e
minerais. Brasil, Argentina, México e Chile se destacam também na produção e
exportação de manufaturados, pois possuem uma boa base industrial que
lentamente vem se deteriorando. Quase a totalidade dos países é capitalista e
seguem os fundamentos da economia de mercado, exceto Cuba que segue uma
orientação equivocada no socialismo. Por outro lado Brasil, Argentina e Venezuela,
embora capitalistas vem-se distorcendo dessa orientação, infelizmente.
O futuro da economia da América Latina se apresenta no momento com mais
incertezas do que clarividências. Segundo especialistas, o baixo crescimento
das economias centrais vem impondo aos países da região a necessidade de
realizar “reformas estruturais” para serem mais competitivas.
A queda dos
preços internacionais das commodities e a mudança da política monetária
americana empurraram os países latino-americanos a uma encruzilhada. Em médio
prazo, o cenário trará mais incertezas. O crescimento potencial da região tende
a se manter abaixo da média da década passada, segundo especialistas. A região
será mais pressionada pela sociedade e pelo empresariado a expor resultados
positivos em termos de aumento de produtividade e de competitividade.
Fenômenos como a
redução do crescimento na China, a queda nos preços internacionais das
commodities exportadas pela região e o possível aumento dos juros dos Estados
Unidos a partir de julho de 2015 trarão efeitos diferentes à região e vai exigir
qualidade de gestão macroeconômica dos países centrais.
O México e os
andinos, em especial, Peru, Chile e Colômbia – terão maior fôlego para
enfrentar o cenário desfavorável e devem manter a curva de crescimento. Já o
México, Integrado aos Estados Unidos, deverá se beneficiar da recuperação
americana e também de reformas adotadas em 2013 no setor energético e na
tributação das empresas.
Os andinos
(Chile, Colômbia e Peru) souberam como se valer do aumento dos preços das
commodities na década passada, mantiveram a inflação e as contas públicas sob
controle e ampliaram seus mercados consumidores.
Venezuela e
Argentina formam o grupo oposto. Seus modelos econômicos centralizados estão
esgotados. Favorecidos pelo aumento dos preços das commodities nos anos 2000
ambos os países expandiram seus gastos públicos, foram lenientes com a inflação
e criaram dificuldades ao investimento produtivo. A Argentina tem seu quadro
agravado desfavoravelmente com o chamado calote de sua dívida internacional com
fundos de investidores.
O Brasil pode ser
considerado em um grupo de crescimento frustrante. O País está atrasado nas
reformas estruturais para expandir seu potencial de produção e aumentar a
competitividade. O desemprego baixo é considerado uma “característica benigna”,
mas não vem acompanhado por aumento de renda. Junte-se a isso o gigantesco
dispêndio com o “Seguro Desemprego”, o que caracteriza uma tremenda
contradição, acrescido do “Bolsa Família”, considerados por especialistas como
um assistencialismo deslavado. A situação das contas públicas não é
confortável, a inflação está acima do centro da meta e conta apenas com margem
monetária – aumento de juros - em especial para enfrentar um cenário mais
desfavorável.
O déficit em
transações correntes (transação de um país com o exterior) é um grave problema
macroeconômico da América Latina, e isso afeta o crescimento regional embora não
deva causar dificuldades cambiais porque o nível de reservas internacionais da
região é elevado, ou seja, perto de US$ 800 milhões.
As reformas
estruturais são o grande desafio para a América Latina. Os países da região
terão inevitavelmente de enfrentar esses problemas. A agenda de reformas inclui
redução da carga tributária e investimentos em infra-estrutura, educação e mão
de obra qualificada. Brasil e México precisam reduzir a dependência de países
com grandes economias. No caso do Brasil, em relação à dependência de exportações
para Europa e China, enquanto o México é extremamente dependente da economia
americana e européia.
Assim, a América
Latina tem diversos desafios pela frente, como erradicar a violência que impede
o desenvolvimento econômico e inibe investimentos estrangeiros, como realizar
as reformas trabalhista, educacional, de infra-estrutura e de segurança, e
contornar seu maior problema que é eminentemente político.