quarta-feira, 14 de março de 2018

Trump e as Barreiras Protecionistas para o Aço


Em mais uma de suas medidas protecionistas, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos,  deixa o mundo globalizado em estado de alerta com essa medida de barreiras tarifárias para o aço; pois ela tem escala global e altera o equilíbrio entre países importadores, como os próprios Estados Unidos, e os países exportadores globais do aço.
Como efeito imediato haverá uma relativa sobra de aço nos principais centros produtores, o que trará, certamente, uma queda nos preços internacionais produto, prejudicando assim, todo o complexo de aço, principalmente, aqueles que dependem diretamente da exportação para os Estados Unidos.
Por outro lado, governos mundo afora tentam se mexer para contrapor às medidas protecionistas de Trump e o Brasil tenta o mesmo através da Organização Mundial do Comércio.
Toda essa movimentação faz sentido neste momento, porém, é algo que leva tempo para uma resolução mais definitiva já que o mundo da negociação, muitas vezes, se apresenta excessivamente burocrático.
Assim, cabe às empresas, de um modo geral, tomar as suas próprias decisões que devam ir de encontro à produtividade; pois neste momento, ganhos de produtividade podem minorar as possíveis quedas de preço do produto.
O Brasil está entre os países que devem ser mais afetados pela medida que intensifica a política da "América em primeiro lugar" que elegeu Trump em 2016; pois um terço do aço exportado no Brasil tem como destino o mercado dos EUA com receita de US$ 3 bilhões, o que faz do Brasil o segundo maior fornecedor do produto para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá.
Por enquanto, o Brasil ficou fora das exceções das taxas, que, neste momento, só beneficiou México e Canadá, os parceiros dos EUA no NAFTA, o Tratado de Livre Comércio da América do Norte.
Para a agência de risco Moody’s, a medida afeta, mas não dramaticamente, as três principais siderúrgicas do país: Usiminas, CSN e Gerdau sendo que a principal consequência pode ser a de forçar as siderúrgicas a venderem para mercados alternativos, com lucros menores.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão norte-americana de impor sobretaxas ao aço e alumínio vão afetar US$ 3 bilhões em exportações brasileiras de ferro e aço e US$ 144 milhões em exportações de alumínio. Isso equivale a uma massa salarial de quase R$ 350 milhões e impostos da ordem de R$ 200 milhões.
Diante dessas imposições tarifárias cabe à siderurgia uma reflexão sobre o rumo desse segmento, trazendo o foco também para o atual modelo de gestão, assim como para o próprio modelo de produção do aço, já que modificações importantes no consumo estão por vir; haja vista, as mudanças previstas para o seguimento automobilístico que passará por uma revolução, o que, certamente, exigirá um novo redirecionamento dos produtores de aço no mundo, enquanto a China continua sendo uma ameaça permanente.
Além disso, estudos com o grafeno mostram que chegou a vez dos materiais dobráveis. Pois é. O grafeno é duzentas vezes mais resistente que o aço, sete vezes mais leve que o ar, é um excelente condutor de eletricidade e calor, e pode ser transparente e flexível. Trata-se de uma folha plana de moléculas de carbono que está deixando pesquisadores da indústria de tecnologia maravilhados. Com ele, seria possível criar produtos mais finos, flexíveis e com baterias mais poderosas. Isso pode revolucionar a indústria eletrônica, assim como outras mais.

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